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Análise

Candidatos usam gravatas, ironia e tática iguais na TV

VERA MAGALHÃES
EDITORA DO PAINEL

Não apenas as gravatas quase idênticas aproximaram o figurino de Fernando Haddad e José Serra no primeiro debate do segundo turno. A estratégia de ambos foi idêntica: ironia no tom de perguntas e respostas, números conflitantes, aliados incômodos trazidos à baila e as parcerias como lastro para promessas.

E, principalmente, pegadinhas, frases e slogans ensaiados com o marketing para ser usados na edição do horário eleitoral nos próximos dias.

Serra lançou um "é para rico ou para pobre?" para elencar suas realizações como ministro, governador e prefeito e tentar afastar a pecha, martelada pela propaganda petista, de que o PSDB governa para a elite. Certamente vai parar no horário eleitoral.

Da mesma forma, Haddad tirou da manga um tal pacto de não agressão, que Serra ignorou e ele próprio mostrou que não passa de peça de propaganda, já que em seguida manteve o tom de ataque.

O objetivo, claro, é tentar mostrar o adversário como responsável pelo "jogo sujo" na campanha -sendo que a campanha negativa na segunda fase é de lado a lado e em temperatura crescente.

Os jornais terão trabalho hoje para pegar todos os números de realizações municipais, estaduais e federais citadas pelos dois para ver quem falou a verdade sobre quantidade de moradias, hospitais, escolas etc.

O principal debate substantivo foi sobre a política de Haddad para a saúde, já que, quando era pré-candidato, o petista dizia que era contra o sistema de gestão por Organizações Sociais, seu programa de governo é ambíguo e suas respostas sofreram ajustes ao longo da campanha.

Haddad evocou Gilberto Kassab para fustigar Serra. O tucano contra-atacou com José Dirceu e Marta Suplicy.

Semelhantes na forma e antagônicos nos números, Serra e Haddad também empataram em ironia, por vezes resvalando para a arrogância. O tucano chamou o petista de Fernando, denotando superioridade. E Haddad, riso nos lábios, disse que é "difícil encontrar eleitor'' do rival na periferia. Pode fazer sucesso com as claques do estúdio e do Twitter, mas é uma atitude que o eleitor rechaça.

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