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Lula compara Serra a Collor e diz que rival tem 'sede de poder'

Antes, em Campinas, ex-presidente exaltou nomes que bancou em eleições e disse que 'de poste em poste' iluminará o Brasil

Dilma acusa tucano de repetir contra Haddad ataques que fez a ela em 2010; PT evita clima de 'já ganhou' em SP

DE SÃO PAULO
DE CAMPINAS
DO ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS

No mais duro ataque que já fez ao adversário de seu candidato em São Paulo, o ex-presidente Lula comparou ontem José Serra (PSDB) a Jânio Quadros e Fernando Collor, dizendo que, assim como eles, o tucano não termina seus mandatos.

Serra deixou a prefeitura em 2006 para concorrer ao governo do Estado, 15 meses depois de assumir o cargo. Ele disputa o segundo turno com Fernando Haddad (PT).

Jânio deixou diversos cargos ao longo da carreira. Eleito presidente em 1960, abandonou o posto meses depois. Collor deixou prefeitura e governo para disputar outros cargos. Eleito presidente em 1989, sofreu um impeachment dois anos após a posse.

"Eles precisam criar vergonha e cumprir mandato até o fim", disse Lula.

Ao lado de Haddad e da presidente Dilma Rousseff (PT), Lula disse, em referência a Serra, que "o bicho tem uma sede de poder inigualável" e que, por isso, tenta ser eleito novamente. "Não sabe ficar sem mandato", concluiu, em seu discurso no comício petista em São Paulo.

"Ele poderia ficar quieto e disputar com ela [Dilma] em 2014, 2018, 2030 ou 2040. Mas voltar a querer ser prefeito é achar que o povo é tonto."

A presidente Dilma, por sua vez, disse que o tucano repete contra Haddad as críticas que fez a ela na campanha presidencial de 2010.

"A mesma campanha baixo nível que fizeram contra o Haddad, fizeram contra mim", disse Dilma. "Primeiro, disseram que eu era um poste. Depois, que não tinha competência para governar."

POSTES

Antes, em comício do candidato do PT à Prefeitura de Campinas, Marcio Pochmann, o ex-presidente afirmou que "de 'poste' em 'poste' o Brasil vai ficar iluminado". A fala foi uma resposta às críticas de que falta experiência ao candidato petista.

"Diziam que a Dilma era um poste. O Marcio, também. É de 'poste' em 'poste' que o Brasil vai ficar iluminado", afirmou em referência à expressão de que padrinho político forte elege até poste.

Com Haddad, em São Paulo, Lula afirmou que não deve haver clima de "já ganhou". O petista está 17 pontos à frente de Serra nas pesquisas. "A gente não acredita em pesquisas quando está por baixo, mas adora uma pesquisa quando está por cima", disse.

Lula comparou a corrida eleitoral à Copa de 1950, em que, favorito, o Brasil perdeu o mundial para o Uruguai.

Ele ainda enviou um recado para Haddad. Dizendo que Serra está "raivoso" -"daqui a pouco vai aparecer babando"-, afirmou que o petista não deve se dirigir a ele na campanha. Na TV, Haddad responde Serra nominalmente, em diversas falas.

Em seu discurso, Haddad cometeu uma gafe. Disse, com Marta Suplicy no palanque, que ela, quando prefeita, governou sem o apoio do governo federal. A metade do mandato da petista foi cumprida com Fernando Henrique Cardoso no Planalto. A outra metade, com Lula.

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