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Mensalão - o julgamento

Empate favorece réu, diz presidente do STF

Sete devem se livrar hoje de algumas das acusações porque corte não reuniu maioria nem para condenar nem para absolver

Embora afirme estar aberto à opinião dos colegas, Britto diz que tribunal não alcançou unidade nesses casos

DE BRASÍLIA

Sete réus do mensalão devem ser absolvidos hoje pelo STF (Supremo Tribunal Federal) de alguns dos crimes pelos quais são acusados.

O julgamento em relação a eles acabou empatado e, ontem, o presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto, disse entender que o empate favorece o réu.

"A unidade dele [do tribunal] somente se obtém com a maioria dos votos. Se a maioria não foi obtida, essa unidade não se perfez, ficou a meio caminho. É por isso que o empate opera a favor do réu", afirmou Britto, dizendo-se aberto para considerações dos colegas.

Essa linha é confirmada por outros ministros. O princípio que sustenta essa avaliação é que, na dúvida, predomina a posição mais benéfica ao réu já que está em análise uma eventual possibilidade de prisão. Esse modelo é adotado no Supremo em discussões de habeas corpus.

Para Marco Aurélio Mello, no entanto, os empates devem ser definidos com o voto do presidente do STF.

Com dez integrantes desde a análise do segundo capítulo da denúncia e por conta da aposentadoria de Cezar Peluso, os ministros do Supremo se dividiram na análise de alguns casos de acusação de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Dos sete que podem se livrar de algumas das acusações, três não foram condenados por nenhum outro crime no julgamento.

Aguardam uma definição o ex-ministro Anderson Adauto (Transportes), os ex-deputados João Magno (PT-MG), Paulo Rocha (PT-PA) e José Borba (PMDB-PR). No caso deles houve empate na análise do crime de lavagem de dinheiro.

Dos quatro, apenas Borba foi já foi condenado, por corrupção passiva.

Ficou indefinida ainda a situação do deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), do ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas e de Vinicius Samarane, executivo do Banco Rural, sobre formação de quadrilha. Eles já foram condenados por outros crimes no processo.

Resolvida essa questão, os ministros começarão a discutir o tamanho das penas.

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