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Ex-deputado diz que é vítima de preconceito

Derrotado em 2006, João Magno (PT) afirma que teve tomar outro rumo na vida

ERICH DECAT
DE BRASÍLIA

Ao lado de mulher e da filha de 15 anos, o ex-deputado João Magno (PT) acompanhou pela TV em casa, na cidade de Ipatinga (MG), a decisão do Supremo Tribunal Federal que o absolveu no processo do mensalão: "Esse processo prejudicou a minha vida e da minha família".

No entendimento dos ministros do STF em caso de empate o réu deve ser beneficiado. Magno recebeu cinco votos pela condenação e cinco pela absolvição pelo crime de lavagem de dinheiro, único crime do qual era acusado.

Segundo ele, a inclusão do seu nome no processo o levou à derrota nas eleições de 2006 e a sofrer preconceito.

Longe da vida partidária, João Magno diz que não se sente esquecido pelo PT, mas que teve de tomar um novo rumo para sobreviver. Hoje faz consultorias para municípios do Vale do Aço.

Há cerca de seis anos, Magno escapou de ser cassado na Câmara e a comemoração no plenário feita pela então deputada petista Ângela Guadagnin ficou conhecida como a "dança da pizza". Para Magno, hoje não há motivo para uma nova festa.

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Folha - Como o senhor viu a decisão do STF?
João Magno - Hoje tiro toneladas das minhas costas e da minha família. Esse processo prejudicou a minha vida e da minha família. Mas agora ficou resolvido pela Justiça. Esse período de sete anos me trouxe privações. Sofri inclusive preconceitos.

Fazer parte do processo do mensalão foi um dos motivos da derrota nas urnas em 2006?
Não tenho a menor dúvida. Perdi as eleições por causa desse processo.

Pretende então retornar nas próximas eleições?
Não. O processo político é para quem tem estrutura permanente. É difícil para quem ficou sete anos lutando.

Com a conclusão da existência do do mensalão, o partido sai manchado desse episódio?
Não vou emitir uma opinião sobre isso.

Durante o julgamento, o senhor teve contato com integrantes da cúpula do partido?
Não consegui fazer contato. Também não cheguei a fazer. Cada um está em um nível de reserva.

De certa forma, o senhor foi esquecido pelo partido?
Tive que buscar a sobrevivência a todo custo.

De que forma?
Faço consultorias para os municípios da Região do Vale do Aço, em Minas Gerais. Gestão e orientação para captação de recursos.

Quando o senhor foi absolvido na Câmara, a deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) comemorou com a dança da pizza. Hoje é dia para uma nova dança?
Já se passaram sete anos. Ela acompanhou toda a situação e viu o que a gente sofria. Foi um gesto de alegria que foi tomado como uma comemoração. Hoje eu e minha família estamos alegres, mas não vejo motivo para fazer uma festa.

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