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'Órfãos' de Russomanno se dividem entre PT e PSDB

Quando Celso Russomanno (PRB) foi recebido no Itaim Paulista "como se fosse um ator da Globo", a jornalista Débora Nonaka, da equipe de um candidato a vereador da sua coligação, teve certeza de sua eleição. "Ele não conseguiu nem entrar no comércio. O pessoal achava que o menino da TV, brigando pelo pobre, era o salvador da pátria."

Russomanno capitalizou a imagem televisiva de defensor do consumidor com força naquele distrito de 224 mil habitantes, onde obteve seu mais alto percentual de votos -29,77%, entre os 38,63% de Haddad e os 15,17% de Serra.

A saída de Russomanno da disputa deixou um rastro de apoiadores órfãos: "Das dez pessoas que contratei para a campanha, cinco vão anular", diz Nonaka. "Vou votar no Serra, mas não confio muito nele. A gente sabe que o que ele quer é a Presidência".

Em outra direção irá o vereador Adilson Amadeu (PTB): "Meu voto é do Haddad. Não posso fazer campanha por ele porque meu líder maior [Campos Machado] falou que ia me expulsar. Mas o Serra tem de ficar longe de mim, e eu, longe dele".

Para Amadeu, Russomanno errou ao falar em tarifa de ônibus proporcional: "Não sei quem foi o gênio".

Menos inflamado é o discurso dos "órfãos" que não atuaram na campanha. "Serra fala em ensino profissionalizante para a periferia. Pobre não pode ser doutor?", diz Marcielena Gonçalves de Sousa, eleitora de Russomanno (por influência da mãe) que planeja entrar no barco petista (por obra dos filhos).

E a expansão do ensino técnico é a plataforma tucana que atrai o dono de academia de artes marciais Carlos Maiolino: "Penso em votar no Serra por causa do Protec".

Na terra da pedra pequena ("Itaim"), há vários pedregulhos no caminho de Serra e Haddad: confiança, moral e escândalos estão à espreita.