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Mensalão, saúde e transporte dominam último debate em SP

Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB) voltaram a trocar acusações no encontro da TV Globo

Petista associou rival ao recrudescimento da violência em SP; tucano explorou condenações de petistas no Supremo

DE SÃO PAULO

Mensalão, saúde e transporte público dominaram o último debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB), realizado ontem, pela TV Globo.

O petista lidera a disputa com 60% dos votos válidos, segundo o Datafolha, contra 40% do tucano.

Haddad foi confrontado sobre a condenação de líderes de seu partido pelo Supremo Tribunal Federal. Serra tentou usar o caso para desconstruir uma das principais bandeiras levantadas por seu adversário: a de que o PT tem mais sensibilidade social.

"A melhor política social que o PT poderia ter feito era não ter feito o mensalão", disse Serra. "O que foi desviado se aproxima de R$ 200 milhões. Daria para fazer 400 AMAs [Atendimento Médico Ambulatorial] em São Paulo. Mensalão é tirar dinheiro do povo [...] O PT é um partido que governa para si."

Na resposta, Haddad tentou associar o rival à gênese do esquema, o chamado mensalão mineiro, relativo à campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas Gerais em 1998.

"Quem engendrou, elaborou, o mentor intelectual disso tudo foi Azeredo. Não finja que não sabe o que aconteceu em Minas, Serra, não é correto com a população", disse o petista.

Haddad também atacou um dos pilares da candidatura rival: a experiência administrativa. Vinculou os mandatos de Serra como prefeito (2005-2006) e governador (2007-2010) a problemas nas áreas de segurança (recrudescimento da violência) e transporte (adiamentos na entrega de estações do metrô).

Citou estatísticas divulgadas anteontem, que mostram que o número de homicídios em setembro deste ano dobrou em relação ao mesmo mês do ano passado.

"Você como prefeito, governador, se sente responsável de alguma maneira por isso?", questionou.

Irônico em vários momentos, o petista chegou a dizer que estava "orientando" o rival para "não cometer deslizes" ao descrever a formação de professores.

Também foi sarcástico ao sugerir que ele havia "tirado da cachola do Levy Fidelix [candidato do PRTB]" a proposta de adotar um Bilhete Único válido por seis horas.

Serra, por sua vez, aproveitava cada espaço que tinha para enumerar propostas, inclusive durante perguntas que fazia ao adversário.

SAÚDE

Foco da reta final da campanha, as parcerias da prefeitura na gestão de unidades de saúde também foram citadas. Serra voltou a dizer que o rival pretende acabar com o modelo de administração.

"Todas as organizações sociais, quando leram o programa do Haddad, ficaram em pânico", disparou o tucano.

Haddad rebateu dizendo que formatou a Lei das Parcerias Público-Privadas quando era assessor do Ministério do Planejamento.

O petista iniciou o debate mirando a gestão Gilberto Kassab, vice do tucano que assumiu a prefeitura depois que ele renunciou para concorrer ao governo do Estado. Haddad tentou vincular problemas da atual administração a Serra.

"Ele parece que procura se desonerar dessa responsabilidade", afirmou Haddad.

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21
pontos foi a audiência do 1º bloco do debate, diz a TV Globo; cada ponto corresponde a
60 mil domicílios na Grande São Paulo

"Você vem falar de leitos, Serra? Vocês querem vender 25% dos leitos públicos"
FERNANDO HADDAD (PT)

"O PT é um partido que governa para si, de acordo com os seus interesses"
JOSÉ SERRA (PSDB)

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