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Cardozo afirma que várias vezes governo ofereceu ajuda a SP

Ministro diz que União está à disposição da Secretaria de Segurança do Estado, mas quer uma contrapartida

Para titular da pasta da Justiça, Estado deve ter 'a grandeza' de pedir ajuda para combater escalada de violência

ANDRÉIA SADI
DO PAINEL, EM BRASÍLIA

Em meio à polêmica entre os governos federal e paulista, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT), rechaçou declaração do secretário de Segurança, Antonio Ferreira Pinto, de que é "fantasiosa" a oferta de ajuda da União ao Estado de São Paulo para combater a violência.

Ele afirmou que o auxílio foi oferecido mais de uma vez. "Não há fantasia: é real. Essa oferta não foi feita uma, mas várias vezes."

No último sábado, o "Painel" noticiou que a presidente Dilma Rousseff havia enviado emissários para conversar com Ferreira Pinto diante da escalada de violência em São Paulo.

Ontem, o secretário negou proposta do governo federal durante encontro com o ministro, que chamou de "protocolar".

Em entrevista exclusiva à Folha, Cardozo reiterou que colocou o governo federal à disposição da secretaria, mas que se recusa a repassar dinheiro sem uma atuação conjunta para a segurança pública como contrapartida.

"O Ministério da Justiça não é a Casa da Moeda para ser mero repassador de dinheiro. Especialmente para Estados que têm condições orçamentárias para fazer um bom trabalho na segurança pública."

SOB CONTROLE

Anteontem, Antonio Ferreira Pinto afirmou que a situação da violência na capital está sob controle e reforçou a linha de acusação de Geraldo Alckmin de que a prerrogativa do governo federal é combater o contrabando de armas nas fronteiras, que abastecem o crime organizado.

Para o ministro, os Estados têm autonomia, mas os agentes públicos devem, independentemente do partido, ter a "grandeza" de pedir colaboração.

"O problema da segurança pública não é uma questão de governo. É uma questão de Estado. Portanto, não podemos colocar nossos interesses político-partidários acima do bem-estar da coletividade."

O governo de São Paulo é administrado por Geraldo Alckmin, do PSDB.

Ele citou parcerias bem-sucedidas com outros Estados, como Alagoas, sob gestão dos tucanos. Segundo ele, o projeto reduziu, em 90 dias, 50% do índice de violência das cidades mais perigosas do Estado.

Ao detalhar a oferta a outros Estados e também ao governo paulista, o petista explicou que o Ministério da Justiça ofereceu vagas em presídios federais para que presos de alta periculosidade possam ser afastados dos comandos de facções criminosas nos presídios estaduais. E que neste pacote estaria inclusa colaboração na área de inteligência.

CRIME ORGANIZADO

O ministro evitou responder se a recente onda de violência em São Paulo estaria ligada a ações da facção criminosa PCC, mas disse que o governo federal poderia compartilhar informações de inteligência com o Estado.

"Eu não vou entrar em discussões de inteligência. Temos informações sobre o que acontece e podemos compartilhar. Já fazemos algum compartilhamento com o governo de São Paulo, e estamos à disposição, caso o governo deseje, para colaborar somando esforços."

Em outubro, Ferreira Pinto afirmou que ações da polícia contra o tráfico estavam asfixiando o PCC.

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