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Mercado - em cima da hora
Grupo Rede tenta reduzir endividamento na Justiça
Recuperação judicial envolve dívida de ao menos R$ 4 bi, ou 40% do total
Empresa é responsável por fornecer energia a 10% da população do país e tem Caixa e BNDES como sócios
O atual controlador do Grupo Rede, Jorge Queiroz Moraes Jr, entrou com um pedido de recuperação judicial em São Paulo como última tentativa para vender sua participação em oito distribuidoras de energia para a Equatorial Energia e a CPFL.
O pedido foi feito em nome das empresas CTCE (Companhia Técnica de Comercialização de Energia), QMRA Participações S.A., EEVP (Empresa de Eletricidade Vale Paranapanema S.A.), Denerge Desenvolvimento Energético S.A. e a Rede Energia S.A., controladoras do grupo.
Juntas, elas devem, pelo menos, R$ 4 bilhões, menos da metade da dívida total do grupo, considerando as concessionárias que fornecem energia a 10% da população brasileira em seis Estados.
A Folha apurou que os bancos Rothschild e Credit Suisse já foram contratados.
O objetivo é estudar quanto poderá ser pago aos credores para viabilizar o negócio. Na prática, isso significa que haverá uma redução na dívida caso a Justiça conceda a recuperação, que também permitirá renegociar novos prazos para o pagamento.
Há outras vantagens com a recuperação. A empresa ganha dois meses para apresentar um plano de saneamento que pode ser aprovado com maioria simples. Sem um plano desse tipo, seria preciso ter unanimidade.
ANTECEDENTES
Oito das concessionárias estão sob intervenção da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) desde agosto.
Elas precisam de um aporte de R$ 773 milhões para continuar em atividade.
A Celpa, a distribuidora de energia do Pará, ficou fora da intervenção. Antes, o Grupo Rede conseguiu na Justiça inclui-la em um plano de recuperação judicial, apresentado em fevereiro deste ano. A empresa foi vendida por R$ 1 para a Equatorial Energia.
A União foi pego de surpresa com a recuperação judicial da Celpa. Posteriormente, baixou uma medida proibindo concessionárias de se valerem dessa manobra.
O BNDES e a Caixa Econômica Federal são sócios controladores do Grupo Rede, com 41% de participação. Eles têm 16% e 25% do capital total, respectivamente.