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Suspeita ganhou cruzeiro com Bruno e Marrone

DE SÃO PAULO DE BRASÍLIA

Cruzeiro com Bruno e Marrone, cirurgia plástica, camarote no Carnaval do Rio.

Rosemary Novoa de Noronha, 57, a chefe de gabinete da Presidência em São Paulo demitida ontem, não pedia muito em troca do tráfico de influência que fazia, segundo policiais que participaram da investigação ouvidos pela Folha.

Há dois anos, ela ganhou o cruzeiro de três dias "Navegando com Bruno e Marrone", a dupla sertaneja famosa pelo hit "Dormi na Praça".

O navio saía de Santos, passava por Ilha Bela e Ilha Grande e voltava ao ponto de partida. Uma cabine dupla custava cerca de R$ 2,5 mil naquele ano.

"Coisa de chinelagem". É assim que alguns policiais classificam os pedidos de Rose gravados durante as escutas telefônicas. A gíria designa algo nada sofisticado, brega, fuleiro.

TEMPERAMENTO

Ela não era um mulher de temperamento fácil. Nem mesmo seus afilhados políticos pareciam gostar dela.

Presos anteontem pela PF, os irmãos Paulo Rodrigues Vieira e Rubens Carlos Vieira são flagrados em diálogos por e-mail e gravações telefônicas falando mal daquela que foi a responsável por suas indicações à diretoria da ANA (Agência Nacional de Águas) e da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), respectivamente.

Segundo a Folha apurou, os dois dirigentes reclamam reiteradas vezes da ganância de Rose, sempre interessada em obter recompensas pelos favores que prestava.

Ela foi indiciada pela PF na mesma data em que seus protegidos foram detidos. Pesa contra ela a acusação de prática de corrupção, tráfico de influência e falsidade ideológica. A polícia indicia alguém quando o delegado acredita que há indícios para caracterizar a prática de um crime. Ela não foi encontrada para comentar as acusações.

Desde que policiais bateram à porta de sua casa na manhã de sexta, Rose oscila entre o choro e o nervosismo.

Ela sempre foi alvo de críticas internas dos funcionários da Presidência pela forma supostamente grosseira de tratar seus subalternos e pelo desejo nunca escondido de integrar a alta sociedade.

Segundo a apuração da PF, ela teria ganho dos irmãos Vieira até cirurgias plásticas para ajudar a dupla a ter melhor trânsito e obter favores em órgãos do governo.

Quando a ação da PF chegou aos jornais, a primeira preocupação de quem temia a evolução do caso era com o fato de Rose ter conquistado diversos inimigos ao longo do tempo em que foi secretária do ex-presidente Lula.

Quando Dilma Rousseff assumiu, há dois anos, Rose tentou transferência para Brasília. Não conseguiu, mas continuou influente, dentro e fora da capital.


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