Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Análise

Tática do revide é adequada a ala do PT, mas não a governo

ELIANE CANTANHÊDE COLUNISTA DA FOLHA

O julgamento do mensalão ainda nem acabou, mas parte do PT já articula atos de apoio aos petistas condenados e uma série de revides.

Não há consenso quanto a essa estratégia. Pode parecer adequada para petistas históricos, mas não para a presidente Dilma Rousseff e os aliados mais diretos.

O ex-ministro José Dirceu, por exemplo, foi condenado a dez anos e dez meses e não tem mais nada a perder, mas Dilma e o governo podem perder muito se houver confronto -principalmente com o Supremo Tribunal Federal.

O Planalto não apoiou e não estimulou a presença ao ato de apoio ao ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP), anteontem.

Há, porém, a suspeita, sem comprovação, de participação do ex-presidente Lula na estratégia de revide.

Foi ele quem mais atiçou a CPI do Cachoeira, que adiou na semana passada a leitura do relatório final, por falta de consenso e pela desconfiança de que petistas alinhados com Lula e com Dirceu quisessem usar os resultados para fustigar a oposição.

"Oposição", nesse caso, em sentido amplo. Mais do que visar PSDB e DEM, a CPI elegeu como alvos principais o procurador-geral, Roberto Gurgel, e jornalistas.

Gurgel tem pouco ou nada a ver com a história do empresário-bicheiro Carlinhos Cachoeira, mas tem tudo a ver com o julgamento do mensalão. E o próprio Ministério Público não viu indícios de crimes no comportamento dos jornalistas listados.

A tensão tende a piorar nesta semana, com confluência de fatores: nova operação da Polícia Federal, provável desfecho da CPI, fim da dosimetria no Supremo e o debate sobre a situação de deputados condenados.

As leis não são claras quanto à perda de mandato, e ministros do Supremo se dividem. Mais um motivo para a pressão de setores do PT.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página