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Em 2012, 'batalha' sobre 64 foi retomada

Para pesquisador, conflito entre esquerda e direita sobre regime militar é luta pela 'memória'

DE SÃO PAULO

"Batalha pela memória." É assim que o pesquisador Eduardo Heleno de Jesus Santos, doutorando em Ciência Política pela Universidade Federal Fluminense, se refere ao conflito entre a esquerda e a direita sobre o legado do regime militar (1964-85).

Mais especificamente, sobre o que ocorreu em 31 de março de 1964, dia do "golpe militar", ou do começo da "Revolução de 64".

Em 2014 completam-se os 50 anos do golpe (ou do início da "revolução").

A batalha ideológica continua viva, como demonstrou o episódio da comemoração do 31 de março passado no Clube Militar no Rio de Janeiro por militares reformados -e sua hostilização por militantes de esquerda.

"Pela primeira vez, desde os primeiros anos da redemocratização, o 31 de março de 1964 voltou a ser assunto de pauta para os jornais como um conflito aberto", disse o pesquisador, ao apresentar seu estudo no recente encontro anual da Anpocs.

A data começou sendo comemorada publicamente, mas depois passou a ser restrita aos quartéis, mesmo antes de redemocratização.

A presidência de Fernando Henrique Cardoso foi algo que afetou a comemoração da data. Diz Eduardo: "Em 1995, na presidência de Fernando Henrique Cardoso, pela primeira vez não foi publicada uma ordem do dia referente ao 31 de março".

Segundo o jornal "O Globo" noticiou à época, os militares não fizeram o tradicional ritual em atenção ao presidente Fernando Henrique.

De acordo com a reportagem, oficiais de alto escalão que preferiram não se identificar afirmaram que era lógico não comemorar o 31 de março uma vez que "o presidente era da esquerda".

A proibição às comemorações continua. Como lembra o pesquisador, "coube à presidente Dilma ser a primeira governante no período democrático a proibir a comemoração do 31 de março."

Foi em seu mandato, porém, que essa data acabou voltando a ser alvo de protestos, "o que deixou evidente o conflito entre versões da história existente dentro do próprio governo e em parcela da sociedade".

A "batalha" tende a ficar mais quente em 2014, quando se completam 50 anos do início do governo militar.


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