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PF reforça ligação de ex-assessora com grupo investigado

Polícia indicia ex-chefe de gabinete da Presidência por formação de quadrilha após examinar novas evidências

Ministro da Justiça, que antes não via elo de Rosemary com quadrilha, agora fala em 'fatos novos'

DE SÃO PAULO DE BRASÍLIA

A Polícia Federal indiciou a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Noronha por suspeita de formação de quadrilha, sugerindo que seu envolvimento com o grupo desarticulado pela Operação Porto Seguro é maior do que se pensava no início do caso.

Segundo comunicado divulgado ontem pela PF, o novo indiciamento foi proposto após a tomada de novos depoimentos e o exame de documentos apreendidos em 23 de novembro, quando a polícia vasculhou o apartamento de Rosemary e o gabinete da Presidência em São Paulo.

Rosemary foi interrogada pela PF nesse mesmo dia, quando foi indiciada pelos crimes de corrupção passiva e tráfico de influência. A notícia de seu novo indiciamento foi antecipada ontem pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

Na quarta-feira, em audiência na Câmara dos Deputados, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, procurou minimizar o envolvimento de Rosemary com o grupo investigado pela PF, que é subordinada ao seu ministério.

"Ela tinha contatos ilegais, relações indevidas, e foi duramente enquadrada em três tipos criminais, mas não participava do núcleo central da quadrilha", afirmou o ministro na Câmara. "Ao contrário, foi escanteada pelos seus membros, como mostram alguns diálogos interceptados."

Ontem, o ministro disse à Folha que não havia indícios suficientes para enquadrar Rosemary por formação de quadrilha no dia em que foi à Câmara e que por isso procurou se restringir ao que era sabido "naquele momento" ao responder aos questionamentos dos parlamentares.

"Deixei claro que, naquele momento, não havia elementos de formação de quadrilha, mas que nada impedia que houvesse indicação diferente se houvesse fatos novos no decorrer da investigação, com base em novos materiais apreendidos", disse Cardozo.

FAVORES

Outras 22 pessoas foram indiciadas pela polícia, incluindo o ex-diretor da Agência Nacional de Águas Paulo Vieira e seu irmão, o ex-diretor da Agência Nacional de Aviação Civil Rubens Vieira.

A PF informou que também propôs o indiciamento do ex-diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviários Tiago Pereira Lima, por suspeita de corrupção passiva. Os três foram afastados dos cargos nas agências.

Escutas telefônicas e e-mails interceptados pela PF sugerem que o grupo usava sua influência no governo para vender favores a empresas privadas com interesses nos setores regulados pelas agências em que eles trabalhavam e também em outras áreas.

Rosemary, que manteve relação de intimidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi quem indicou a ele os irmãos Vieira, nomeados no fim do governo Lula para as posições que ocupavam nas agências. A presidente Dilma Rousseff demitiu a ex-chefe de gabinete.

A polícia encaminhou na sexta-feira o relatório final da Operação Porto Seguro à 5ª Vara da Justiça Federal de São Paulo, mas isso não representa o fim das investigações.

A Justiça e o Ministério Público podem pedir novas diligências e a PF informou ontem que tem 90 dias para examinar todo o material colhido nas buscas em novembro.

Discos rígidos dos computadores usados por Rosemary e outras pessoas sob investigação foram apreendidos pela polícia e ainda estão sendo analisados por peritos, de acordo com o comunicado divulgado ontem pela PF.


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