Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Procuradoras não confiam em depoimento

Segundo elas, empresário já tentou manipular o Ministério Público para reduzir pena

MATHEUS LEITÃO RUBENS VALENTE FELIPE SELIGMAN DE BRASÍLIA

As duas procuradoras da República que tomaram o novo depoimento do empresário Marcos Valério de Souza, Claudia Sampaio e Raquel Branquinho, não confiam plenamente no que o operador do mensalão disse e temem ser manipuladas.

Em conversas reservadas, elas informaram que em outras ocasiões Valério tentou usar o Ministério Público Federal para conseguir diminuição de pena ou delação premiada sem apresentar provas daquilo que denunciava.

A Folha apurou que elas viram inconsistência no histórico de declarações do condenado e cobraram de Valério mais detalhes e provas.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, responsável pela acusação no julgamento do mensalão, também adotou posição cautelosa em relação às novas declarações do empresário.

Gurgel já externou a impressão de que o novo depoimento soou como tentativa "desesperada" de conseguir algum benefício e se livrar da condenação, que em setembro -quando Valério depôs- já estava quase definida.

Entre as incongruências de Valério está a versão dada por ele à CPI dos Correios em 2005. Indagado pelo deputado federal João Fontes (PDT-SE) se "teve algum contato com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva", Marcos Valério respondeu: "Não, senhor, nunca".

O deputado insistiu: "Nunca foi ao Palácio do Planalto conversar nada com o presidente da República?". Valério repetiu: "Nunca, senhor".

No novo depoimento, Valério diz que esteve com Lula no Palácio do Planalto.

Ao longo da investigação, Valério havia dito que recebeu do ex-secretário do PT Silvio Pereira a informação de que Dirceu dava o respaldo político à obtenção dos empréstimos, nada falando sobre o papel de Lula. Agora Valério diz que o sinal verde final partiu do presidente.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página