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Lupi usou avião pago por dono de rede de ONGs, afirma revista

Empresário tem contratos de R$ 10 mi com o Trabalho; controladoria identificou irregularidades em convênios

Aliado do ministro nega acusações; na semana passada, o pedetista disse que nunca voou em 'aeronaves pessoais'

DE BRASÍLIA

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, usou um avião alugado por um empresário dono de ONG que tem contratos milionários com o ministério, segundo revelou ontem a revista "Veja".
De acordo com a reportagem, Lupi fez uma viagem oficial ao Estado do Maranhão em dezembro de 2009 a bordo de um avião turbo-hélice King Air "providenciado" pelo empresário Adair Meira, de Goiânia (GO).
Ele comanda uma rede de ONGs que mantém convênios com o ministério no valor de R$ 10,4 milhões.
Segundo a "Veja", ONGs de Meira foram alvo de investigações na CGU (Controladoria Geral da União) e já teria havido até pedido de devolução de recursos ao governo.
A viagem ocorreu em 2009 para o lançamento de um programa de requalificação profissional no Maranhão.
Além de Lupi e do empresário, estavam no voo, segundo a revista, o então secretário de Políticas Públicas de Emprego do ministério, Ezequiel Sousa do Nascimento, o ex-governador do Maranhão, Jackson Lago (morto em abril deste ano), e o deputado federal Weverton Rocha (PDT-MA).
A revista afirmou que Nascimento confirmou que o avião teria sido "providenciado" por Adair Meira.
Em audiência realizada na Câmara, semana passada, o ministro disse que nunca andou em "aeronaves pessoais", incluindo as de Meira.
Sobre o empresário, disse que "pode e deve" ter se encontrado com ele em assinaturas de convênios, mas que não mantinha relação.
Ontem, em nota, o ministro disse que embarcou para o Maranhão em um voo comercial regular e que os deslocamentos dentro do Estado foram feitos em avião tipo Sêneca, e não King Air, como diz a revista (leia abaixo).
À Folha, o deputado Weverton Rocha negou que o ministro Lupi tenha voado em aviões pertencentes ou sob controle de Meira.
Segundo o deputado pedetista, dois aviões foram utilizados pela comitiva: um cedido por um prefeito do interior do Maranhão, e o outro, por uma indústria têxtil.
Rocha disse ainda que conhece Meira, mas que não esteve com ele na viagem ao Maranhão.
Segundo a revista, o deputado, o ministro e o empresário estavam num avião que apresentou problemas durante o périplo pelo Maranhão.

MAIS ACUSAÇÕES
Lupi enfrenta uma série de acusações sobre convênios de sua pasta. Ontem e anteontem, a Folha revelou que o ministro beneficiou pessoalmente uma ONG investigada pela Polícia Federal.
A entidade, de Santa Catarina, subcontratou outras empresas de filiados ao PDT.
A revista "IstoÉ" publicou ontem depoimento do sindicalista João Carlos Cortez, que disse ter sido coagido por altos servidores do ministério a pagar propina à Força Sindical, entidade controlada pelo PDT.
Procurados, o sindicalista e os dirigentes da Força Sindical citados na reportagem não foram localizados.

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