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Procurador da Fazenda de SP deixa o cargo

Alvo da PF, advogado recebeu R$ 6,6 mi do PanAmericano durante campanha em 2010

DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo informou que o procurador-chefe da Fazenda municipal, Gianfrancesco Genoso, pediu afastamento do cargo.

A decisão foi tomada após reportagem publicada ontem pela Folha revelar que investigação da Polícia Federal sobre o uso do banco PanAmericano para financiar contribuições políticas elegeu Genoso como um de seus principais alvos.

Segundo a apuração, ele recebeu sozinho R$ 6,6 milhões do banco durante a campanha eleitoral de 2010, mas os auditores que examinaram os livros do PanAmericano não encontraram nenhum contrato ou documento que justificasse os pagamentos ao advogado.

O afastamento de Generoso foi divulgado em nota emitida pela prefeitura no fim da tarde de ontem.

Segundo o texto, o prefeito Gilberto Kassab acatou o pedido de Genoso e vai abrir sindicância interna pela Corregedoria municipal.

O atual procurador-geral de São Paulo, Celso Coccaro, assumirá interinamente a Procuradoria da Fazenda e "acumulará as funções até decisão posterior".

Os recibos do pagamento a Genoso foram encontrados pelos auditores dentro de uma pasta com documentos que, segundo funcionários do PanAmericano, eram associados pelos antigos diretores do banco a "campanhas institucionais".

Procurado pela Folha antes da publicação da reportagem, Genoso negou que tenha feito contribuições para campanhas políticas, de forma oficial ou disfarçada.

Ele disse que trabalhou em caráter confidencial para o PanAmericano para verificar a situação dos processos judiciais do banco.

Um dos objetivos do serviço seria identificar problemas que pudessem atrapalhar as negociações que estavam em curso com a Caixa Econômica Federal em 2009.

"Não tenho culpa se dentro do banco não acharam o meu contrato", afirmou. "Ele foi assinado, o serviço foi prestado e tive, inclusive, de esperar muito para receber o pagamento", concluiu.

A Polícia Federal deve chamar Genoso para prestar novos esclarecimentos.

Em setembro, quando abriu inquérito para apurar as doações políticas do PanAmericano, o delegado Milton Fornazari Júnior disse que era preciso um "maior aprofundamento das investigações".

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