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Pastor é eleito para comissão de direitos humanos da Câmara

Escolhido em reunião restrita, Marco Feliciano enfrenta a oposição de grupos que o acusam de racismo e homofobia

Deputado do PSC teve 11 votos de 18 possíveis -um votou em branco e seis, contrariados, abandonaram encontro

DE BRASÍLIA

O pastor evangélico e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara sob a resistência de grupos que veem racismo e homofobia em suas declarações.

Por ordem do presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a escolha foi feita com acesso restrito à reunião, após os protestos que impediram a eleição um dia antes. Desta vez, os corredores foram fechados para evitar os manifestantes.

Feliciano teve 11 votos de 18 possíveis -um deputado votou em branco e seis, contrariados, saíram da reunião.

Mesmo com a restrição de acesso, houve tumulto. Diante dos gritos de "homofóbico", o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) gritou "vão para o zoológico" e chamou os manifestantes de "baderneiros".

Domingos Dutra (PT-MA), que até então presidia a comissão, renunciou ao cargo e abandonou a reunião. Foi acompanhado pela bancada do PT no grupo e parlamentares de PSOL e PSB, contrários à indicação de Feliciano.

"A comissão é dos ciganos, das lésbicas, das prostitutas, dos evangélicos e dos católicos. Espero que a próxima Mesa compreenda que a comissão não é partidária", discursou Dutra.

O deputado Takayama (PSC-PR) disse que quem tentava impedir a votação em Feliciano era "cristofóbico". O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) retrucou: "Amamos os cristãos, mas detestamos a exploração comercial da fé".

Dos 12 deputados votantes, 6 eram do PSC (Partido Social Cristão). As cadeiras ocupadas pela legenda foram cedidas por representantes de PMDB, PSDB, PTB e PP. Os demais votantes, em sua maioria, eram também integrantes da bancada evangélica.

As cadeiras nas comissões são distribuídas pelo tamanho das bancadas. Numa espécie de rodízio, a presidência segue a mesma lógica.

O PSC só assumiu a Comissão de Direitos Humanos e Minorias porque o PT, que a presidia e tinha direito a três comissões, preferiu outras: Seguridade Social e Família, Relações Exteriores e Comércio e Constituição e Justiça, a mais importante da Casa.

O PC do B poderia ter optado pela de Direitos Humanos, mas preferiu a de Cultura.

Apesar das pressões contrárias, a indicação do pastor do PSC também é atribuída à articulação do líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), da bancada evangélica.

O presidente de uma comissão é quem define a pauta de assuntos no ano. Feliciano diz que ainda não se atualizou sobre os projetos que tramitam na comissão -mais de 300. Definirá futuramente, diz ele. Haverá nova reunião na semana que vem.

"Eu poderia fazer um milhão de insinuações, mas não vou fazer. O trabalho que faremos aqui na comissão vai mostrar isso", afirmou.

Entre os projetos deste ano há a criação do estatuto dos povos indígenas e a regulação de trabalho de migrantes estrangeiros.


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