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PF prende chefe do Legislativo de Rondônia

Valter Araújo (PTB) é suspeito de comandar esquema de fraudes em licitações e contratos; ele nega as acusações

Operação da Polícia Federal, realizada em seis cidades, também fez busca em gabinetes de outros sete deputados

FELIPE LUCHETE
DE SÃO PAULO

Suspeito de liderar esquema de fraudes em licitações e contratos públicos, o presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, Valter Araújo (PTB), foi preso ontem em operação da Polícia Federal deflagrada em seis cidades do Estado.

A estimativa, afirma a polícia, é de que o grupo tenha desviado em torno de R$ 15 milhões dos cofres públicos.

Segundo a PF e o Ministério Público, Araújo tinha, em nome de laranjas, duas empresas favorecidas em contratos com as secretarias de Saúde e Justiça e o Detran.

Outras 14 pessoas também foram presas, entre elas o secretário-adjunto de Saúde do Estado, José Batista da Silva.

No quarto de hotel onde ele mora foram apreendidos R$ 170 mil em espécie, de acordo com o procurador-geral do Ministério Público, Héverton Alves de Aguiar.

DEPUTADOS ESTADUAIS

Também são suspeitos de integrar o esquema outros sete deputados estaduais, cujos gabinetes tiveram documentos apreendidos -o que representa um terço da Assembleia Legislativa.

Os presos responderão por crimes como formação de quadrilha, peculato, extorsão e tráfico de influência.

O superintendente da PF em Rondônia, Donizetti Aparecido Tambani, afirmou que escutas e filmagens comprovam o envolvimento de Araújo, que foi preso em flagrante. Para os demais, foram expedidos mandados de prisão temporária e preventiva.

As investigações começaram no início do ano passado, na tentativa de identificar um grupo montado na Secretaria da Saúde para desviar verbas do SUS (Sistema Único de Saúde).

A operação de ontem contou com apoio do Exército e da Força Aérea Brasileira.

Araújo -o deputado mais votado em Rondônia na eleição do ano passado- não foi o primeiro presidente da Assembleia preso no Estado.

Em 2006, na Operação Dominó, a PF prendeu o então presidente da Assembleia de Rondônia, José Carlos de Oliveira (PSL na época), sob suspeita de liderar esquema de desvios de recursos da Casa.

OUTRO LADO

O advogado Nelson Canedo, que defende Araújo, disse que não teve acesso às investigações, mas afirmou que o deputado não praticou nenhum crime. Ele disse ainda que o deputado não é dono das empresas citadas pela PF.

"Prenderam o chefe do Poder Legislativo, jogaram o deputado sob tutela estatal sem saber dizer o motivo. Isso é um absurdo", afirmou Canedo. A reportagem não conseguiu localizar a defesa do secretário-adjunto da Saúde, José Batista da Silva.

O governador Confúcio Moura (PMDB) declarou que exonerou os servidores investigados e que o governo apoiou as investigações.

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