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Ministra crê que Jango tenha sido morto

Em audiência da Comissão da Verdade, Maria do Rosário diz que restos mortais de Goulart podem ser exumados

Senador Pedro Simon afirmou que após a morte do ex-presidente não foi permitida a realização de autópsia

DE PORTO ALEGRE

A ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) disse ontem ser muito clara a possibilidade de que o presidente João Goulart (1961-1964) tenha sido assassinado em seu exílio na Argentina, em 1976.

Rosário fez a declaração em audiência da Comissão Nacional da Verdade em Porto Alegre e defendeu que o caso seja apurado "a fundo".

Oficialmente, Goulart, deposto no golpe de 1964, morreu de ataque cardíaco. A família diz acreditar que ele tenha sido envenenado.

"Há indícios que não podem ser desconhecidos da responsabilidade da Operação Condor [aliança entre ditaduras da América do Sul] com aquilo que não podemos fechar os olhos, que é a possibilidade muito clara de que o presidente João Goulart tenha sido assassinado", disse.

Em entrevista à Folha em 2008, o ex-agente do serviço de inteligência uruguaio Mario Barreiro disse ter espionado Jango por quatro anos no exílio e afirmou que participou de operação que teria como objetivo matá-lo. Ele não apresentou provas disso.

Maria do Rosário disse que a necessidade de exumação dos restos mortais de João Goulart deve ser analisada.

A integrante da Comissão da Verdade Rosa Cardoso também afirmou que há "um conjunto de indícios muito concludentes" favoráveis à tese do crime.

Cardoso disse ainda que pretende encerrar os trabalhos do grupo, criado pelo governo federal para apurar crimes do regime militar, com uma conclusão sobre o caso.

A família de Jango encaminhou à comissão uma série de pedidos de providências, como tomar depoimentos de autoridades estrangeiras.

Os familiares, como o filho João Vicente, reclamaram da demora de uma investigação instaurada em 2007 sobre a morte de Jango. O Ministério Público diz que procuradores vão hoje a São Borja ouvir o médico Odil Pereira. Amigo da família, teve acesso ao corpo de Jango antes do enterro.

A procuradora Suzete Bragagnolo disse que há provas que são "muito difíceis de se produzir" e que busca documentos sigilosos. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) lembrou que, após a morte, a realização de uma autópsia não foi autorizada.


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