São Paulo, sexta-feira, 01 de abril de 2011

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"Alencar foi mais que um vice", diz Lula

Despedida do vice reúne 5.000 no Palácio da Liberdade, sede do governo de MG; corpo é cremado em Contagem

Dilma consola viúva do político; corpo seguiu em cortejo no mesmo caminhão que levou o caixão de Tancredo

DOS ENVIADOS A BELO HORIZONTE
DE BELO HORIZONTE


Depois de uma cerimônia que reuniu cerca de 5.000 pessoas, o corpo do vice-presidente da República José Alencar foi cremado ontem em Contagem, na Grande Belo Horizonte.
A presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, entre outros políticos, acompanharam a segunda etapa do velório, na capital mineira. Já a cremação foi reservada à família. As cinzas deverão ser jogadas em Itamuri, antigo distrito de Muriaé, onde Alencar nasceu há 79 anos.
O velório foi realizado no Palácio da Liberdade, um prédio de estilo eclético de 1897 hoje reservado às solenidades oficiais do governo mineiro, mesmo local em que foi velado o ex-presidente Tancredo Neves, em 1985.
O calor intenso no saguão onde foi realizado o ato católico de corpo presente fez com que a ex-primeira-dama Marisa Letícia, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e Bárbara, neta de Alencar, passassem mal. Os três receberam atendimento médico no local e se recuperaram.
Depois de passar a madrugada em Brasília, o corpo de Alencar chegou a Belo Horizonte por volta das 9h15 em avião da FAB. Seguiu em cortejo pelas ruas da cidade no mesmo caminhão do Corpo de Bombeiros que transportou o caixão de Tancredo.
A cerimônia começou com atraso de uma hora e meia. Quando o corpo chegou, foi recebido com aplausos, que se repetiram no momento em que o caixão foi aberto.
Dilma e Lula chegaram às 11h45, quando já havia uma fila para que as cerca de 5.000 pessoas -segundo cálculo da Polícia Militar- se despedissem de Alencar.
Lula, abatido, ficou sempre ao lado do caixão. Na saída, disse: "Ele foi muito mais que um vice. Era mais forte do que eu".
Durante o velório chamou a atenção uma longa conversa de pé de ouvido entre o ex-presidente, Aécio e Itamar.
Lula elogiou a disposição de Itamar, dizendo que a volta à ribalta política lhe fez muito bem. Aécio fez outra mesura, dizendo que Lula também estava bem disposto, uma demonstração de que a vida longe do poder também pode ser boa.
O petista disse que programou uma série de viagens pelo país porque, para ele, "ficar em casa é mortal".
Dilma brincava com as bisnetas do vice-presidente, Maria e Manuela. A presidente não deu declarações e voltou para Brasília logo depois do fim do velório.
A viúva, Mariza Gomes da Silva, muito abatida depois de uma maratona que começou na terça-feira, quando ele morreu, estava cercada pelos familiares.
O governador Antonio Anastasia (PSDB) colocou à disposição da família uma sala nos fundos do palácio. Foi lá que Lula e Dilma se despediram de Mariza.
Momentos antes de o corpo ser levado para o Cemitério Parque Renascer, onde foi cremado, o filho de Alencar, Josué Gomes da Silva, herdeiro no comando da Coteminas, disse que a família estava comovida com o apoio de todas as correntes políticas.
(ELIANE CANTANHEDE, VALDO CRUZ, VERA MAGALHÃES E RAPHAEL VELEDA)


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