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Vice fez carreira política à sombra de Cesar Maia
Deputado em 1º mandato, Indio da Costa começou como assessor do ex-prefeito do Rio, a quem jura fidelidade
Escolhido vice na chapa de Serra à Presidência faz estilo mauricinho e se orgulha de seguir os conselhos do mentor
ALAN GRIPP
EDITOR-ADJUNTO DE PODER
BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO
Antonio Pedro de Siqueira Indio da Costa, 39, construiu carreira política à sombra do ex-prefeito do Rio Cesar Maia. Há algum tempo luta para ter luz própria, mas não tem vergonha de bater continência para o mentor.
Começou sua trajetória ao lado de Eduardo Paes, hoje no PMDB. Jura que, ao contrário do atual prefeito, não abandonará o padrinho.
"Sou cria do Cesar, com orgulho", costuma repetir.
Indio recebeu o primeiro cargo das mãos do ex-prefeito, que o nomeou "prefeitinho" do Parque do Flamengo em 1994. Cuidava da manutenção de quadras esportivas e dos jardins de Burle Marx.
Há dois anos, quis disputar a sucessão de Maia. Teve o sonho frustrado pelo próprio, que optou pela deputada Solange Amaral (DEM).
Ensaiou uma rebelião, mas recuou. Agora tem a fidelidade premiada, com a indicação para vice de Serra.
Eleito três vezes vereador, Indio viveu a única experiência no Executivo como secretário municipal de Administração (2001-2006).
Foi acusado por uma CPI da Câmara Municipal de beneficiar a empresa Comercial Milano na compra de merenda escolar, mas não chegou a ser indiciado. Por ironia, a investigação foi conduzida por uma vereadora do PSDB, Andrea Gouvea Vieira.
CALOURO NA CÂMARA
Deputado em primeiro mandato, ainda está longe do jet set do Congresso. Mas, além do pedigree, tem exibido senso de oportunidade, o que lhe permitiu ao menos se descolar do baixo clero.
Projetou-se em 2008, quando inventou para si o cargo de sub-relator da CPI dos Cartões Corporativos, que investigava abusos em despesas corriqueiras de ministros e servidores.
Por conta própria, montou uma equipe com auditores importados do Rio. Transformou seu gabinete em fonte de denúncias e destino de peregrinação de jornalistas.
Este ano, repetiu o truque ao faturar com a popularidade do projeto Ficha Limpa, de iniciativa popular.
Foi relator da proposta na Câmara. Sua aprovação, que parecia improvável, lhe rendeu dividendos preciosos para a escolha de ontem.
Criado na zona sul carioca, é filho de um dos arquitetos mais badalados da cidade, Luiz Eduardo Indio da Costa.
Faz o estilo mauricinho. Certa vez, chamou a atenção de parlamentares ao negociar ações pelo telefone, em voz alta, num corredor do Senado. Gaba-se, aliás, de ser o melhor investidor da família.
Um de seus primos é dono do banco Cruzeiro do Sul, envolvido em denúncias por contratos com o Senado.
Há quatro anos, disse à Justiça Eleitoral ter patrimônio de R$ 315 mil, incluindo um apartamento no Leblon declarado em R$ 120 mil e um carro Volvo de R$ 70 mil.
Costuma passar os fins de semana num condomínio equestre na região serrana do Rio, onde tem como vizinho o empresário João Roberto Marinho, um dos donos das Organizações Globo.
O imóvel é avaliado em R$ 2,5 milhões e está à venda.
Divorciado, tem uma filha de 6 anos, Sofia, do casamento com a espanhola Olivia Alvarado. A menina mora na Europa e passa o mês de julho no Brasil com o pai.
Namorou uma filha do ex-banqueiro preso Salvatore Cacciola, Rafaella. Em 2003, sofreu um aneurisma cerebral, mas não teve sequelas.
Colaboraram ITALO NOGUEIRA, do Rio, e FILIPE COUTINHO, de Brasília
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