São Paulo, sexta-feira, 01 de julho de 2011

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Ibama fecha madeireiras onde extrativistas foram mortos no PA

Firmas têm histórico de ilegalidades, diz órgão; casal morto criticava retirada de madeira clandestina

Após crime, instituto anunciou operações contra o desmatamento em Nova Ipixuna; ação deve durar uma semana


FELIPE LUCHETE
DE BELÉM

O Ibama iniciou ontem uma operação para desmontar 12 madeireiras instaladas em Nova Ipixuna (sudeste do Pará), onde foram mortos em maio os extrativistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo.
Fiscais do órgão ambiental começaram a retirar máquinas e madeira com apoio da Força Nacional e da Polícia Federal, que faz parte da força-tarefa enviada à Amazônia a pedido da presidente Dilma Rousseff. A ação deve durar uma semana.
Segundo o Ibama, todas as madeireiras tiveram as licenças ambientais cassadas pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente após "vasto histórico de ilegalidades", como venda e exploração de madeira ilegal e descumprimento de exigências previstas no licenciamento.
No total, o Ibama registrou na cidade 122 autos de infração de 2006 a 2010, o equivalente a R$ 5 milhões em multas. Uma das madeireiras, por exemplo, já havia sido multada 18 vezes.
Um dos madeireiros foi multado no início do mês em R$ 170 mil por ter adquirido ilegalmente um lote de floresta dentro do Assentamento Agroextrativista Praialta Piranheira, onde José Claudio e a mulher viviam.
Ele emitia documentos fraudados para simular que a madeira tinha origem legal.

EXTRATIVISTAS
O casal de extrativistas morto a tiros em 24 de maio acusava empresas de irregularidades no assentamento.
Em 2009, eles enviaram ao Ministério Público Federal um manifesto no qual criticavam "a forma degradante em que se encontram as áreas que eram compostas por florestas nativas".
O texto, assinado por outros nove produtores rurais, diz que a retirada de madeira clandestina havia sido intensificada desde 2006. Após a morte do casal, o Ibama anunciou operações contra o desmatamento na região.
A investigação do crime é sigilosa, e até agora ninguém foi preso. Outras três mortes no campo foram registradas no Pará depois que eles foram assassinados.


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