|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Aécio tem dificuldade de emplacar sucessor
Tucanos alegam que ex-governador só começou a fazer campanha para Anastasia neste ano para não infringir lei
PSDB espera superar desvantagem com ajuda do horário eleitoral na TV e da grande aliança costurada por Aécio
RODRIGO VIZEU
DE BELO HORIZONTE
Enquanto o presidente Lula transformou a quase desconhecida Dilma Rousseff
(PT) em candidata competitiva à sucessão presidencial, o
ex-governador Aécio Neves
(PSDB-MG) tem tido dificuldade de emplacar a reeleição
do pouco conhecido governador Antonio Anastasia
(PSDB), seu ex-vice.
Dilma e Anastasia se parecem no perfil técnico, na
pouca experiência eleitoral e
por terem sido figuras centrais de governo.
Mas, enquanto Dilma saltou da casa dos 10% que registrava no ano passado e segue empatada com José Serra
(PSDB) desde maio último,
com 36% das intenções de
voto, Anastasia tem hoje só
18% na disputa pelo governo
de Minas Gerais, bem atrás
do líder Hélio Costa (PMDB),
com 44%, segundo a última
pesquisa do Datafolha.
Tucanos mineiros apontam uma razão principal para Anastasia não ter seguido
os passos de Dilma: diferentemente de Lula, que exibia a
ex-ministra da Casa Civil como sua sucessora desde
2007, Aécio só começou a
promover Anastasia de fato
após deixar o governo, em
março de 2010.
A Folha apurou que há a
avaliação ainda de que, uma
vez governador, Anastasia
"se apequenou": afundou-se
na burocracia interna e deixou para fazer campanha pelo Estado só no período oficial, a partir de julho.
"Ele é uma pessoa discreta
e sem preocupação com holofotes", afirma o presidente
do PSDB-MG, deputado federal Nárcio Rodrigues.
Alguns tucanos minimizam a demora e dizem que foi
melhor assim porque Aécio
não "transgrediu" a lei, antecipando a campanha.
"Lula passou dois anos falando da Dilma na TV, chamando-a de "mãe do PAC'",
diz o deputado federal Rodrigo de Castro (MG), secretário-geral do PSDB nacional.
APOIO
Os aliados de Anastasia esperam superar o prejuízo
com a ajuda da coligação formada por 12 partidos e a expectativa de que, com a propaganda na TV, Aécio consiga transferir sua popularidade ao atual governador.
Os tucanos lembram ainda
que, em 2008, Márcio Lacerda (PSB) se elegeu prefeito de
Belo Horizonte depois de começar mal. Só deslanchou
após os programas de TV
com os apoios de Aécio e do
então prefeito Fernando Pimentel (PT).
Pesa ainda a favor de
Anastasia a última pesquisa
espontânea do Datafolha, na
qual não é apresentada uma
lista de candidatos.
Costa tem 10% e Anastasia, 7%. Outros 4% citam Aécio, que vai disputar o Senado. Somando-se as intenções
de voto declaradas aos dois
tucanos, Anastasia supera o
adversário numericamente.
Além disso, as pesquisas
espontâneas mostram o
grande desconhecimento da
população sobre a eleição
para governador em Minas:
73% não sabem em quem votar, contra 46% na eleição
presidencial.
Texto Anterior: Outro lado: Para ministros, "isolamento" é muito longo Próximo Texto: Elio Gaspari: O livro eletrônico precisa custar menos Índice
|