São Paulo, segunda-feira, 01 de agosto de 2011

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Imprensa não pauta Dilma, diz Carvalho

Em meio a novas acusações contra ministérios, secretário da Presidência nega 'predisposição para uma varredura geral'

Ministro trabalha para evitar que as demissões em áreas chefiadas por PR, PMDB e PT azedem as relações com aliados

Alan Marques - 01.abr.2011/Folhapress
Gilberto Carvalho e presidente Dilma, em Brasília; secretário-geral da Presidência deu recados do Planalto aos petistas

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

Diante de novas suspeitas de irregularidades envolvendo as pastas da Agricultura e das Cidades, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, usou ontem um seminário do PT para transmitir recados da presidente Dilma Rousseff, e de seu antecessor, Lula, à base aliada.
A dirigentes e militantes,negou que a presidente tenha se tornado refém da imprensa e disse que ela não fará uma "varredura geral" baseada na mídia.
Interlocutor do ex-presidente Lula, Carvalho trabalha para evitar que demissões em áreas comandadas pelo PR, PMDB e o próprio PT azedem a relação com aliados. Em sete meses, dois ministros caíram e pelo menos outras 21 pessoas foram demitidas suspeitas de envolvimento em irregularidades.
Na última semana, Lula tentou convencer a presidente a procurar siglas melindradas com a faxina.
"Sei que o Lula não dá nenhum passo que possa interferir na imagem do governo sem consultá-la. Da parte dela há uma noção de como o Lula pode ajudar sem que isso constitua uma ameaça", garantiu o ministro.
Numa espécie de desagravo ao PR, Carvalho sustentou que o ex-ministro Alfredo Nascimento (Transportes), presidente da sigla, pediu demissão por iniciativa própria. "Em momento algum ela simplesmente acreditou em uma reportagem e o demitiu. Foi iniciativa dele", disse.
"Não tem predisposição para punir ou fazer varredura geral", acrescentou.

PRÉVIAS
Gilberto Carvalho evitou comentar os novos relatos de irregularidades, mas disse que nada ficará sem averiguação. No último fim de semana, na revista "Veja", Oscar Jucá Neto, irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), ligou o Ministério da Agricultura a corrupção e propina.
Também acusou o ministro Wagner Rossi (PMDB) de chefiar o esquema. Ele nega.
A revista "IstoÉ" tratou de repasse da pasta das Cidades, do PP, a obras julgadas irregulares pelo TCU (Tribunal de Contas da União).
Sobre eleições, Carvalho voltou a criticar a realização de prévias para escolha do candidato à Prefeitura de SP.
A posição é a mesma do ex-presidente Lula, que trabalha pela candidatura do ministro Fernando Haddad (Educação) e tem como principal obstáculo a senadora Marta Suplicy, que deseja disputar o cargo.
"Temos que elaborar um programa para a disputa e ver quem pode dar conta. Os projetos pessoais, nós os respeitamos, mas maior que eles é o partido", disse, insinuando mensagem à petista.


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