São Paulo, quarta-feira, 01 de setembro de 2010

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Após 119 anos, circula última edição do "JB"

A partir de hoje, jornal está apenas na internet; sindicato tenta bloquear uso da marca

DO RIO

Circulou ontem a última edição impressa do "Jornal do Brasil", que a partir de hoje passa a ter apenas uma versão digital.
A data foi marcada por um protesto do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, que teme novas demissões e o não pagamento de dívidas trabalhistas da empresa.
A presidente do sindicato, Suzana Blass, diz que a entidade estuda uma maneira de bloquear a marca "JB", principal ativo do jornal atualmente, para que seja leiloada, com o dinheiro da venda revertido para o pagamento das dívidas.
De acordo com um ex-funcionário graduado da casa, as dívidas trabalhistas somam cerca de R$ 30 milhões.
Nos últimos anos, pelo menos dez ex-funcionários já entraram na Justiça pedindo a penhora da marca.
Criado no Rio de Janeiro, em abril de 1891, o "JB" foi arrendado em 2001 pelo empresário Nelson Tanure, que tem o direito de uso da marca por 60 anos.
Antes dele o jornal era comandado pela família Nascimento Brito, herdeira da família Pereira Cordeiro, que comprara o jornal em 1918.
A última edição, ontem, em formato tabloide, trouxe a manchete "PF ataca fraude na reforma agrária".

ARTIGO DE LULA
A primeira página anunciava que hoje o "JB" estreará como o "primeiro jornal brasileiro 100% digital", com um artigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que ele elogia o histórico do veículo e diz que o país precisa de bons jornais "independentemente da plataforma".
Atualmente, segundo a direção do jornal, 150 pessoas continuam trabalhando nas áreas de redação, marketing e administração para manter a versão online.
O protesto contra o fim da edição impressa aconteceu no centro do Rio e teve a presença de jornalistas, ex-funcionários do "JB" e políticos, como o candidato ao governo do Estado Fernando Gabeira (PV), que também trabalhou no jornal.


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