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Após 119 anos, circula última edição do "JB"
A partir de hoje, jornal está apenas na internet; sindicato tenta bloquear uso da marca
DO RIO
Circulou ontem a última
edição impressa do "Jornal
do Brasil", que a partir de hoje passa a ter apenas uma
versão digital.
A data foi marcada por um
protesto do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro,
que teme novas demissões e
o não pagamento de dívidas
trabalhistas da empresa.
A presidente do sindicato,
Suzana Blass, diz que a entidade estuda uma maneira de
bloquear a marca "JB", principal ativo do jornal atualmente, para que seja leiloada, com o dinheiro da venda
revertido para o pagamento
das dívidas.
De acordo com um ex-funcionário graduado da casa,
as dívidas trabalhistas somam cerca de R$ 30 milhões.
Nos últimos anos, pelo
menos dez ex-funcionários já
entraram na Justiça pedindo
a penhora da marca.
Criado no Rio de Janeiro,
em abril de 1891, o "JB" foi arrendado em 2001 pelo empresário Nelson Tanure, que
tem o direito de uso da marca
por 60 anos.
Antes dele o jornal era comandado pela família Nascimento Brito, herdeira da família Pereira Cordeiro, que
comprara o jornal em 1918.
A última edição, ontem,
em formato tabloide, trouxe
a manchete "PF ataca fraude
na reforma agrária".
ARTIGO DE LULA
A primeira página anunciava que hoje o "JB" estreará
como o "primeiro jornal brasileiro 100% digital", com
um artigo do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, em que
ele elogia o histórico do veículo e diz que o país precisa
de bons jornais "independentemente da plataforma".
Atualmente, segundo a direção do jornal, 150 pessoas
continuam trabalhando nas
áreas de redação, marketing
e administração para manter
a versão online.
O protesto contra o fim da
edição impressa aconteceu
no centro do Rio e teve a presença de jornalistas, ex-funcionários do "JB" e políticos,
como o candidato ao governo do Estado Fernando Gabeira (PV), que também trabalhou no jornal.
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