São Paulo, sexta-feira, 01 de outubro de 2010

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Mendes diz não se pautar por interesses político-partidários

DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes negou ontem novamente que tenha conversado na véspera com o candidato tucano José Serra antes de pedir vista no julgamento sobre a obrigatoriedade de dois documentos para votar.
Mendes disse que jamais foi pautado por questões político-partidárias em suas decisões. "Não [conversei], isso é conversa fiada. O Serra nem me chama de meu presidente, me chama de Gilmar", disse, após o julgamento.
A Folha revelou ontem que o candidato à Presidência José Serra (PSDB) telefonou na véspera para Mendes pouco antes das 14h. O pedido de telefonema e parte da conversa foram presenciados pela reportagem.
No fim da tarde, Mendes pediu vista (mais tempo para análise) no julgamento de uma ação direta de inconstitucionalidade do PT.
"Quem me conhece sabe muito bem que jamais me deixei pautar por interesses político-partidários", disse.
José Serra também negou ontem o telefonema para Mendes. "Poderia ter conversado. Não teria nada de mais", afirmou.
Serra minimizou o impacto eleitoral da derrubada da exigência de apresentação de dois documentos.
"Era uma lei que tornava a fraude mais impossível. Tornava o voto mais seguro. O PT entrou na última hora porque deve achar que o voto menos controlado o favorece. Acho que não."
Serra afirmou que a lei passou pela aprovação de Dilma Rousseff (PT) na Casa Civil: "Só achei estranho que uma lei que foi aprovada há um ano, foi aprovada por todo Congresso, pelo PT, pela Dilma, quando era chefe da Casa Civil [...] chega na última semana, na última hora, o PT entra no Supremo".
Já Dilma afirmou que, caso se comprove, o telefonema de Serra a Gilmar Mendes é uma "prova escandalosa de aparelhamento". Ela considerou uma "vitória" a derrubada da exigência. "Para nós, isso é muito importante porque facilita o ato de votar de milhões de brasileiros e brasileiras."


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