São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2010

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Estatal subsidia evento de procuradores em resort

Encontro de uma semana, na Bahia, anuncia Lula na festa de abertura

Cerca de 400 servidores desfalcarão MP durante encontro; procurado, presidente da entidade não comentou o caso

LEONARDO SOUZA
DE BRASÍLIA

Com patrocínio da Caixa Econômica Federal e convite para que o presidente Lula participe da abertura, ocorre a partir de hoje, em um resort na Bahia, encontro de 400 procuradores federais. A categoria, entre outras funções, deve defender os interesses sociais e fiscalizar o poder.
O evento acontece em um complexo turístico na Praia do Forte e vai até sábado (6).
A solenidade de abertura anuncia a presença (ainda não confirmada pela agenda oficial) do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O encontro, promovido pela Associação Nacional dos Procuradores da República, prevê ainda quatro palestras, reunião com associados aposentados e atividades em grupos para desenvolver trabalhos científicos.
A maior parte da programação, contudo, está reservada a atividades de lazer.
O 27º Encontro Nacional dos Procuradores da República terá apresentação do cantor e compositor Armandinho (inventor do trio elétrico), competições de vôlei e de futebol, clínica de golfe e até um "show de talentos".
Os participantes do evento podem levar as famílias. Os que quiseram aproveitar o feriado e anteciparam a chegada ao hotel vão contar com traslado do resort para ir a um cartório justificar a ausência na votação de ontem.
Desde terça-feira, a Folha tenta, por meio da assessoria, falar com o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Antonio Carlos Alpino Bigonha. Ele não telefonou de volta para comentar as críticas de que os procuradores vão desfalcar o Ministério Público Federal na semana posterior às eleições, período em que geralmente há grande demanda de trabalho.
Os preços da inscrição -que inclui cinco noites no resort com tudo incluído, translado entre o aeroporto e o hotel, show de encerramento do evento, brindes e material de trabalho- variam de R$ 1.100 a R$ 4.332.

PATROCÍNIO SEM CRISE
Segundo a Presidência, só em 2009 -época de crise econômica mundial- estatais e órgãos federais investiram R$ 909,6 milhões em patrocínios diversos, como peças de teatro e pequenas festas folclóricas. O valor é similar ao registrado em 2008.
A contabilização do valor gasto em patrocínios federais só existe a partir de 2003, primeiro ano do governo Lula. O pico de gastos com patrocínio, entretanto, foi em 2006, quando o petista disputou e ganhou seu segundo mandato: R$ 1,085 bilhão.


Colaborou FERNANDA ODILLA, de Brasília


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