São Paulo, quarta-feira, 02 de fevereiro de 2011 |
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Dilma pedirá "pacto social" ao Congresso Em meio a negociação sobre salário mínimo de até R$ 580, presidente pedirá atenção à qualidade de gastos do governo Petista também quer empenho para ações de prevenção a desastres naturais e apoio para acabar com a miséria NATUZA NERY ANA FLOR DE BRASÍLIA Em sua mensagem ao novo Congresso, a presidente Dilma Rousseff convocará a classe política para selar um pacto por avanços sociais. Dilma pedirá o empenho para evitar que tragédias como a que afetou a região serrana do Rio voltem a acontecer no Brasil. Ela dará ênfase ao sistema nacional de prevenção e alerta prometido pelo Executivo contra novas ocorrências. As diretrizes do governo serão apresentadas hoje, na segunda visita de Dilma ao Legislativo desde a posse. Segundo a Folha apurou, a presidente pedirá apoio às ações da Câmara e do Senado para erradicar a miséria. Na área econômica, não pretende adiantar as medidas em estudo no governo para diminuir a carga tributária de setores produtivos. Tratará da reforma tributária de forma genérica, mas defenderá as desonerações sobre investimentos e sobre a folha de pagamento das empresas com a missão de gerar mais empregos. SALÁRIO MÍNIMO Preocupada com o tamanho das despesas públicas, e em meio a pressões por um salário mínimo próximo a R$ 580, Dilma pontuará a necessidade de melhorar a qualidade dos gastos governamentais e o compromisso fiscal do Executivo. O objetivo da mensagem é dividir responsabilidades com o Congresso na hora de aprovar aumento de despesas correntes. A equipe econômica do governo discute o tamanho do bloqueio que fará no Orçamento da União, e não quer prejudicar alguns investimentos para ter de cumprir a meta de 3,1% do superavit primário (economia para pagar os juros da dívida). No discurso, Dilma dará uma garantia: não cortará o que for essencial. E protegerá as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), carro-chefe da área de infraestrutura. "HARMONIA" E DISPUTAS No âmbito institucional, a presidente falará da importância da "harmonia entre os Poderes", e tocará na necessidade de trabalhar em conjunto, com senso de cooperação. O recado será endereçado, principalmente, aos partidos de sua base aliada. A disputa interna por espaços no segundo escalão ameaçam quebrar a tranquilidade do governo, e podem impor derrotas ao Planalto nos próximos meses. A definição do salário mínimo será a mais próxima trincheira, capaz de medir o nível de insatisfação nas legendas que dão sustentação política à gestão Dilma. Até mesmo o ministro Carlos Lupi (Trabalho) afirmou que esse aumento dependerá da "lábia" da presidente. Ontem, o PCdoB decidiu apresentar uma emenda parlamentar propondo um mínimo de R$ 580. O texto que será lido hoje foi elaborado por Dilma, com ajuda de outros ministros, caso do chefe da Casa Civil, Antonio Palocci. É o chefe da Casa Civil quem tradicionalmente entrega a mensagem presidencial ao Congresso, mas Dilma decidiu quebrar o protocolo. Fez isso por duas razões: para mostrar controle de seu próprio governo e fazer um aceno a deputados e senadores, já que ainda não se reuniu com eles desde que assumiu o cargo. Colaboraram RANIER BRAGON, CATIA SEABRA E MARIA CLARA CABRAL, de Brasília Texto Anterior: PT volta a ter maior bancada paulista Próximo Texto: Aécio é recebido no Senado como líder da oposição Índice | Comunicar Erros |
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