São Paulo, quarta-feira, 02 de fevereiro de 2011

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TODA MÍDIA

NELSON DE SÁ nelsonsa@uol.com.br

EUA, Al Arabiya e o ditador

O site do "New York Times" fechou a tarde com a manchete "Obama insiste para que Mubarak não se candidate de novo" em setembro. Outros fecharam com o destaque da Al Arabiya -criada por um xeque saudita contra a Al Jazeera- dizendo que Mubarak havia concordado. Por fim, falou o próprio Mubarak na TV estatal egípcia, com o anúncio oficial.
A opção dos EUA por apoiar o ditador até o fim do ano veio após negociar pela primeira vez com o líder da oposição, Mohamed ElBaradei, como enfatizaram "Wall Street Journal" e outros. Num dos destaques do "NYT", "EUA se debatem para formar opinião sobre ElBaradei", crítico constante de Washington.

ELBARADEI
independent.co.uk
Na manchete do jornal londrino, Robert Fisk entrevista ElBaradei, "o homem que seria presidente" -e que volta a apresentar críticas à secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, e avisa que, "se Mubarak quer salvar sua pele, é melhor ele ir embora"

O dominó
O apoio dos EUA a Mubarak foi precedido pela queda do governo na Jordânia, segundo destaque de ontem, com o "rei" nomeando um general como primeiro-ministro, em resposta a manifestações. Foi precedido também por um alerta de Israel, via "Haaretz" e outros, de que "Jordânia e Arábia Saudita estão vendo" a maneira como os EUA vêm tratando o também aliado Hosni Mubarak.

Chegou à Palestina
No terceiro destaque do dia por "WSJ" e outros, "o governo palestino apoiado pelo Ocidente na Cisjordânia anuncia que vai realizar eleições municipais "tão cedo quanto possível", em movimento que aparenta ser resposta às manifestações no Egito".
No "Haaretz", "a Autoridade Palestina não realiza eleições desde 2006 e manteve o presidente no cargo após o fim de seu mandato".

QUANTOS?
A Associated Press, agência ligada ao "NYT", contou 200 mil manifestantes na "marcha dos milhões", mas a Al Jazeera entrou com "mais de um milhão" e dividiu a cobertura. No fim da tarde o "Guardian" já dava "milhão", mas "Le Monde", "El País" e sites brasileiros falavam em "centenas de milhares" e "milhares".
Curiosamente, também os israelenses "Haaretz" e "Yediot Ahronot" postaram "milhão" nas manchetes. Por fim, a britânica Reuters entrou à noite com o título "Um milhão de egípcios clamam para Mubarak sair".

SUDÃO, LÍBANO, EGITO NÃO
A estatal alemã Deutsche Welle entrevistou a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti, que passou a presidir o Conselho de Segurança. Ela citou, entre os temas que vai agendar no ano, Sudão e Líbano. Nada de Egito.
E já na semana que vem reúne o G4, dos países que se uniram por uma cadeira permanente (Brasil, Índia, Alemanha e Japão).
A estatal chinesa Xinhua também destacou ontem a presidência brasileira no Conselho de Segurança.

SARKOZY CONTRA O BRASIL
O "Valor" noticiou carta enviada pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, à presidente Dilma Rousseff, avisando que o G20 presidido por ele terá como prioridade "reduzir a volatilidade dos preços dos alimentos". Ele quer "pavimentar intervenção nos mercados agrícolas", o que "o Brasil já começou a combater".
No Fórum de Davos, Sarkozy chegou a culpar o Brasil e a Índia, produtores de alimentos, pelas rebeliões na Tunísia e no Egito.
França e Brasil, ditos "parceiros estratégicos", se afastaram depois que Sarkozy não apoiou o esforço diplomático de Lula no Irã -e a compra dos jatos franceses foi suspensa.

"SEÑOR SLIM"
Miguel Espinosa/eluniversal.com.mx
Na coletiva, Slim, muitos filhos e até um neto que chorava
"Financial Times" e outros cobriram entrevista coletiva do "homem mais rico do mundo", o mexicano Carlos Slim, sobre investimentos para o ano. "Señor Slim", segundo o "FT", estrelou um evento de mídia marcado por "desorganização, informalidade, comida ruim e um grande número de parentes", mas que teria resultado "mais amável do que questionável".
Dizendo precisar "acelerar investimentos para competir com os monopólios estatais no Brasil", referência talvez a Telefônica e Oi, Slim anunciou US$ 2,5 bilhões para suas empresas Embratel, Claro e Net. Duas semanas atrás, ele ampliou seu controle da Net, a maior operadora de TV paga, para quase 98% das ações.

Leia mais, pela manhã, em www.todamidia.folha.blog.uol.com.br


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