São Paulo, sábado, 02 de abril de 2011

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Lula vira "empresário" para administrar vida de novo astro das palestras

Estimativas do mercado calculam que ex-presidente recebe cerca de R$ 200 mil por evento desde que saiu do governo

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
ANDREZA MATAIS

DE BRASÍLIA

Aos 65 anos, Luiz Inácio Lula da Silva já foi metalúrgico, sindicalista, deputado e presidente. Agora, pela primeira vez, pode ser chamado de empresário.
O ex-presidente constituiu a LILS Palestras, Eventos e Publicações, em sociedade com o amigo Paulo Okamotto, ex-dirigente do Sebrae que assumiu ter pago uma dívida pessoal de Lula, no final de 2003, de R$ 29,4 mil. O pagamento chegou a ser investigado pela CPI dos Bingos.
A empresa, aberta em 18 de março, vai gerenciar a nova ocupação de Lula, a de palestrante. No mercado, estima-se que ele receba em torno de R$ 200 mil por palestra. A primeira delas ocorreu na LG, em Taubaté (interior de SP), no começo de março.
Com capital de R$ 100 mil, a empresa é quase toda de Lula, que detém 98% da sociedade. Okamotto responderá pela administração.
Os documentos da Junta Comercial do Estado de São Paulo habilitam a LILS a atuar na organização de feiras, congressos e exposições e a editar revistas.
O ex-presidente registrou a empresa no condomínio em que mora, em São Bernardo do Campo (Grande ABC). De acordo com a declaração de bens de Lula enviada ao TSE em 2006, o apartamento foi comprado por R$ 189 mil. Tem três dormitórios e um salão de festas privativo.
Lula não quis comentar a abertura da empresa. Sua assessoria disse à reportagem para procurar Okamotto.
Para o ex-presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), a LILS pode ganhar mais sócios no futuro.
Ele afirmou que ainda não se sabe se ela terá sede própria, se ficará registrada no apartamento de Lula ou se terá relação com a fundação que o ex-presidente está montando.
Okamotto disse ainda que entrou na sociedade porque "gosta da atividade empresarial" e também poderá dar palestras "sobre empreendedorismo, microcrédito, inovação, lei geral da micro e pequena empresa e etc".
Ontem, reportagem da Folha mostrou que dois filhos de Lula desmontaram empresas que abriram durante o segundo mandato do pai.
Em dezembro de 2010, Luís Claudio e Fábio Luís haviam aberto duas holdings e uma empresa voltada à área esportiva. Desde o começo deste ano, eles desativaram a empresa da área esportiva e deixaram se ser sócios em outra holding.


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