São Paulo, sábado, 02 de julho de 2011

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Comando do PSDB rejeita carta publicada por Serra

Texto ataca o PT e diz que governo Dilma é "incompetente" e "autoritário"

Ex-governador divulga documento em site pessoal sem ter apoio de outros dirigentes de conselho do partido

CATIA SEABRA
BRENO COSTA
DE BRASÍLIA
DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

Em mais uma demonstração de divergência, o comando do PSDB se recusou a referendar uma carta divulgada ontem pelo presidente do conselho político do partido, José Serra, com duras críticas ao governo Dilma Rousseff.
A ideia era que o documento fosse o primeiro fruto do colegiado criado pelos tucanos para acomodá-lo no comando partidário. Serra tentou viabilizar a divulgação pela sigla. Sem resposta, publicou -atribuindo-o ao conselho político em seu site.
"Tentei construir um consenso sobre a matéria, mas não tive tempo hábil ", argumentou o presidente da legenda, deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE).
Guerra afirmou ainda que o PSDB não pode assumir a autoria da carta sem aprovação da Executiva Nacional. "O partido não tem uma manifestação sobre isso", disse.
Em tom acima do adotado por grão-tucanos, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o documento diz que o governo Dilma é marcado por "incompetência e autoritarismo". "E o PSDB não renunciará à denúncia desses atos", diz a carta, que foi intitulada "A nossa missão".
Serra apresentou o texto aos integrantes do conselho na última quarta-feira, às vésperas da primeira reunião com FHC, o governador Geraldo Alckmin e Guerra.
Aécio Neves, que integra o colegiado, mas está de repouso por ter caído de um cavalo, recebeu uma cópia do documento já pronto.
Procurado pela reportagem, o ex-governador disse, via assessoria, que o texto "não foi objeto de votação porque foi apresentado no mesmo dia [do encontro]. Mas os quatro que estavam na reunião gostaram muito".
Serra acrescentou ainda que não fez o texto para que fosse votado, mas para servir de "base para discussão".
Para tucanos, o teor da carta contraria a estratégia de restaurar a imagem de FHC e reduzir o índice de rejeição à sigla, especialmente pela divulgação ocorrer depois de a presidente Dilma reconhecer a contribuição do ex-presidente para o país, em felicitação pelos 80 anos.
No último parágrafo, há uma autocrítica à sigla. Ele diz que o PSDB tem "um só possível inimigo: a desunião interna". A Folha apurou que o trecho foi amenizado. Na versão original, a expressão "possível" não existia.
Logo após, o texto aponta um dos motivos da desunião, em referência ao principal ponto de tensão entre Serra e Aécio Neves: a "antecipação das decisões sobre alianças e candidaturas em 2014".


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