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Aprovação mais alta do PT projeta bancada recorde
Partido tem maior relação entre preferência do eleitor e votos para deputado
Se for mantida agora a
coincidência de índices
dos últimos 20 anos,
partido poderá eleger
mais de cem deputados
UIRÁ MACHADO
MAURICIO PULS
DE SÃO PAULO
Partido mais popular do
país desde o ano 2000, o PT
reconquistou o apoio que havia perdido durante a crise
do mensalão e hoje é apontado como a legenda preferida
por 25% dos eleitores, patamar mais alto de sua história.
O partido, que chegou a ter
24% de preferência em dezembro de 2004, despencou
para 15% em fevereiro de
2006, oito meses após a denúncia do mensalão.
A recuperação começou
depois da reeleição de Lula.
Em dezembro de 2009, o PT
atingiu 25% de preferência
popular, valor que permanece estável desde então (os
números são do Datafolha).
A retomada da popularidade em ano eleitoral pode
ser vista como indicador de
aumento da bancada petista
na Câmara dos Deputados.
Levantamento feito pela
Folha mostra que há 20 anos
existe grande correlação entre o índice de preferência do
PT e o total de votos que o
partido obtém para seus candidatos a deputado federal.
Se a correlação se mantiver na disputa deste ano, o
PT poderá eleger mais de
cem deputados federais.
Em 1990, segundo o Datafolha, 9% dos eleitores afirmavam que o PT era seu partido preferido. A legenda teve então 10,2% dos votos e
elegeu 7% dos deputados.
Em 1994, com 13% de preferência, teve 12,9% dos votos e 9,6% de deputados; em
1998, 11% de preferência,
11,2% dos votos e 11,3% de
deputados; em 2002, 20% de
preferência, 18,4% dos votos
e 17,7% de deputados; em
2006, 16% de preferência,
14,9% dos votos e 16,2% de
deputados federais.
A diferença entre a preferência do PT aferida pelo Datafolha e o percentual de votos do partido nunca superou 1,6 ponto percentual.
Já a discrepância em relação às bancadas eleitas é
maior (3,4 pontos), em razão
das coligações partidárias e
sobretudo das distorções na
distribuição das cadeiras da
Câmara entre os Estados.
Na década de 90, o PT era
mais forte no Sul e no Sudeste. Com 60% do eleitorado,
as regiões tinham 49,6% das
vagas na Câmara. Daí por
que o partido conquistava
menos cadeiras que votos.
O crescimento nos anos
posteriores ocorreu sobretudo no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que têm proporcionalmente mais vagas. Em
2006, a legenda conseguiu
mais cadeiras que votos.
O PT também chegou aos
grotões. Em 1993, estava presente de forma organizada
em cerca de 40% das cidades; em 2009, em 96%.
OUTROS PARTIDOS
A preferência partidária
não é um indicador necessário de intenção de voto.
Se a regra parece valer para o PT, no caso dos outros
partidos não é possível encontrar correlação. Em 2006,
por exemplo, o PSDB elegeu
12,9% dos deputados, mas tinha 5% de preferência. Já o
PP, com 1% de preferência,
elegeu 8% dos deputados.
O PT hoje é exceção quando o assunto é preferência
partidária. Metade dos eleitores declara não ter nenhum
partido predileto.
As demais siglas têm índices bem menores. O segundo
colocado é o PMDB, com 7%,
seguido pelo PSDB, com 5%.
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