São Paulo, quinta-feira, 02 de setembro de 2010

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PT optou pela "sordidez", discursa Serra

No pronunciamento mais contundente da campanha, candidato ataca duramente adversários

Tucano chora ao falar a prefeitos paulistas em evento e lembrar quebra do sigilo do caseiro Francenildo Costa

Daniel Marenco/Folhapress
O candidatos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin em encontro com prefeitos ontem à noite

DE SÃO PAULO

A um mês das eleições, com perspectiva de derrota no primeiro turno para Dilma Rousseff (PT), segundo as pesquisas, o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, deu uma guinada em sua atitude e adotou o discurso mais contundente desde o início da campanha, em 7 de julho.
Para uma plateia de 2.000 pessoas que tomou a casa de shows Credicard Hall, em São Paulo, em evento organizado pela campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), Serra praticamente relançou sua candidatura.
Durante 42 minutos, acompanhado por líderes tucanos e de partidos aliados de vários Estados, Serra chamou petistas de "fascistas", disse que Dilma é uma "fraude" e que a campanha adversária optou pela "sordidez".
Principalmente, usou pela primeira vez na campanha, de forma explícita, o caso da quebra de sigilo do caseiro Francenildo Costa, que não vinha sendo usado por conta de sua boa relação com Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda e pivô do caso.
Ao fim do discurso, escrito horas antes do evento, chorou, tendo as lágrimas enxugadas pela mulher, Monica.
Um integrante da campanha disse, anteontem, que o evento ficaria conhecido como o "dia da virada".
Parte do discurso foi improvisado. A menção a Francenildo, por exemplo, foi incluída na hora. "Não perguntem jamais quem é Francenildo. Francenildo são todos vocês, Francenildo somos todos nós", disse o tucano, em referência ao acesso ilegal a sigilos fiscais de tucanos e de sua filha, Veronica.
Ainda em referência ao caso das quebras de sigilo, Serra acusou o governo federal de ser uma "máquina partidária que ameaça e persegue as pessoas" e que os servidores responsáveis pelos acessos estão "evidentemente a serviço de uma operação político-partidária e eleitoral".
Na linha de provocações a Dilma, disse que "nenhum pedacinho da minha biografia precisa ficar trancado num cofre" -alusão ao processo contra a petista na época da ditadura, cujo acesso hoje é vetado pelo Superior Tribunal Militar (STM).
O tucano disse, ainda, que o "governo do PT" representa "a mais escancarada exibição de falta de caráter" e, atacando a política externa, afirmou que o governo virou "porta-voz planetário de todo tipo de ditadores e facínoras", criando "ambiente favorável para que novos fascistas do século 21 construam bombas atômicas".
Na saída, aliados que vinham. (BRENO COSTA, CATIA SEABRA E EVANDRO SPINELLI)


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