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PT optou pela "sordidez", discursa Serra
No pronunciamento mais contundente da campanha, candidato ataca duramente adversários
Tucano chora ao falar a prefeitos paulistas em evento e lembrar quebra do sigilo do caseiro Francenildo Costa
Daniel Marenco/Folhapress
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O candidatos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin em encontro com prefeitos ontem à noite
DE SÃO PAULO
A um mês das eleições,
com perspectiva de derrota
no primeiro turno para Dilma
Rousseff (PT), segundo as
pesquisas, o candidato do
PSDB à Presidência da República, José Serra, deu uma
guinada em sua atitude e
adotou o discurso mais contundente desde o início da
campanha, em 7 de julho.
Para uma plateia de 2.000
pessoas que tomou a casa de
shows Credicard Hall, em
São Paulo, em evento organizado pela campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), Serra
praticamente relançou sua
candidatura.
Durante 42 minutos,
acompanhado por líderes tucanos e de partidos aliados
de vários Estados, Serra chamou petistas de "fascistas",
disse que Dilma é uma "fraude" e que a campanha adversária optou pela "sordidez".
Principalmente, usou pela
primeira vez na campanha,
de forma explícita, o caso da
quebra de sigilo do caseiro
Francenildo Costa, que não
vinha sendo usado por conta
de sua boa relação com Antonio Palocci, ex-ministro da
Fazenda e pivô do caso.
Ao fim do discurso, escrito
horas antes do evento, chorou, tendo as lágrimas enxugadas pela mulher, Monica.
Um integrante da campanha disse, anteontem, que o
evento ficaria conhecido como o "dia da virada".
Parte do discurso foi improvisado. A menção a Francenildo, por exemplo, foi incluída na hora. "Não perguntem jamais quem é Francenildo. Francenildo são todos
vocês, Francenildo somos todos nós", disse o tucano, em
referência ao acesso ilegal a
sigilos fiscais de tucanos e de
sua filha, Veronica.
Ainda em referência ao caso das quebras de sigilo, Serra acusou o governo federal
de ser uma "máquina partidária que ameaça e persegue
as pessoas" e que os servidores responsáveis pelos acessos estão "evidentemente a
serviço de uma operação político-partidária e eleitoral".
Na linha de provocações a
Dilma, disse que "nenhum
pedacinho da minha biografia precisa ficar trancado
num cofre" -alusão ao processo contra a petista na época da ditadura, cujo acesso
hoje é vetado pelo Superior
Tribunal Militar (STM).
O tucano disse, ainda, que
o "governo do PT" representa "a mais escancarada exibição de falta de caráter" e, atacando a política externa, afirmou que o governo virou
"porta-voz planetário de todo tipo de ditadores e facínoras", criando "ambiente favorável para que novos fascistas do século 21 construam
bombas atômicas".
Na saída, aliados que vinham.
(BRENO COSTA, CATIA SEABRA E EVANDRO SPINELLI)
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