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Dilma nega participação e chama Serra de "leviano"
Petista condena uso de "calúnia para vantagem eleitoral"
Candidata defende a versão de que fisco não sabia que procuração usada para abrir dados de Veronica era falsa
BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO
A presidenciável Dilma
Rousseff (PT) negou participação no vazamento de dados fiscais de Veronica Serra
e acusou o adversário José
Serra (PSDB) de responsabilizá-la de forma "leviana" pela quebra do sigilo da filha.
Em entrevista ao vivo ao
telejornal SBT Brasil, ela se
declarou vítima de "calúnias", disse ser a "maior interessada" na investigação e
ameaçou processar o tucano.
"Não entendo as razões,
aliás, algumas até entendo,
que levam o candidato da
oposição a levar contra a minha campanha uma acusação tão leviana, que não tem
provas nem fundamentos",
afirmou a petista.
"Não é possível usar a calúnia ou a leviandade para
qualquer vantagem eleitoral", continuou. "Sou a
maior interessada [na investigação], porque estou sendo
acusada sistematicamente
de forma leviana."
A candidata sustentou a
versão de que a Receita Federal não sabia que a procuração usada para abrir os dados de Veronica era falsa.
Ela acrescentou que não
era "nem pré-candidata"
quando a violação ocorreu,
em setembro de 2009.
Após ouvir do apresentador Carlos Nascimento que
Serra teria razão para se indignar com o episódio, disse:
"Ele pode ficar indignado
com o fato, eu até entendo.
Chegar à conclusão de que a
responsabilidade é da minha
campanha ou da minha pessoa é outro problema. Ele
tem que provar e respeitar o
fato de que nós estamos veementemente negando."
Confrontada com outras
denúncias de vazamento envolvendo o PT, Dilma citou
casos ligados aos tucanos
durante a votação da emenda da reeleição (1996) e a CPI
da Petrobras (2008).
"Não tiramos a ilação de
que o partido do meu adversário ou ele são vazadores
contumazes ou pessoas que
não têm ética suficiente para
lidar com a coisa pública".
"ACUSAÇÃO SEM PROVA"
A petista ameaçou processar Serra pela acusação, o
que a direção de seu partido
já informou que fará hoje.
Ao longo da entrevista,
Dilma elevou o tom de voz,
interrompeu perguntas e se
declarou vítima de campanha difamatória dos tucanos.
"Quero mais uma vez, de
forma enfática, repudiar a
prática sistemática que está
ocorrendo nesta eleição de
levantar acusações e não trazer uma única prova", disse.
O "Jornal Nacional", da TV
Globo, também tratou o caso
com o destaque. Deu sua
manchete mais importante, a
que abre o telejornal, à quebra de sigilo da filha de Serra
e dedicou 7min57s ao tema.
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