São Paulo, sexta-feira, 02 de setembro de 2011 |
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Banco Central vai baixar estimativa de alta do PIB para 3,5% Revisão motivou o corte do juro para 12% ao ano; para Dilma, cenário externo é que vai ditar rumo da taxa agora Ministros ressaltaram ontem a autonomia do BC e negaram qualquer interferência políticana redução dos juros VALDO CRUZ SHEILA D'AMORIM DE BRASÍLIA Diante da piora acentuada no cenário externo, o Banco Central (BC) reduzirá de 4% para 3,5% sua previsão de crescimento da economia neste ano. Esse foi um dos motivos que o levaram a cortar a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual na quarta-feira, para 12% ano ano. Para o BC, a desaceleração maior suavizará as pressões inflacionárias em 2011. A redução dos juros foi criticada por economistas diante da avaliação de que os preços ainda estão elevados, mas foi elogiada por empresários e defendida pelo governo -que nega interferência política na decisão. A nova projeção do BC será oficializada no relatório de inflação no final do mês. Oficialmente, o Palácio do Planalto e o Ministério da Fazenda ainda trabalham com 4% de crescimento do PIB (soma de bens e serviços produzidos no país) em 2011, mas reservadamente admitem um número menor. A Folha apurou que as estimativas para 2012 apontam crescimento abaixo de 4% por conta da crise global, que os diretores do BC avaliam que se arrastará até 2013. PIB Ontem, ao falar em entrevistas a rádios em Minas Gerais, a presidente Dilma Rousseff disse que o cenário externo é que determinará o rumo dos juros no Brasil: "Dependendo da conjuntura da economia internacional, nós teremos aumento ou diminuição [da taxa]". Hoje, com a divulgação do PIB do 2º trimestre pelo IBGE, o mercado deve avaliar se o BC fez uma aposta de risco ou já tinha dados indicando freada brusca na economia. A expectativa de analistas era de um número perto de 0,8% - ou expansão de 3,3% em 12 meses. Depois da decisão surpreendente do BC, especulava-se que o resultado poderia ter ficado mais perto de zero. O ministro Guido Mantega (Fazenda) classificou de "bobagens" as críticas de que o BC teria sofrido interferência política ao reduzir os juros. "O Copom [Comitê de Política Monetária] não sofre nenhuma pressão política, tem autonomia. Eles julgam os cenários e tomam as decisões", disse. A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) foi na mesma linha. "O BC tem total autonomia e está acompanhando a crise internacional. Os elementos da crise deram condições, junto com as medidas do governo, para que se pudesse ter essa redução", disse Ideli. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que as "especulações são ridículas". Colaboraram MARIA CLARA CABRAL E ANA CAROLINA DE OLIVEIRA, de Brasília Texto Anterior: Economistas criticam BC e preveem inflação maior Próximo Texto: Juros: Temer diz que quanto maior a queda, melhor Índice | Comunicar Erros |
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