São Paulo, sexta-feira, 02 de setembro de 2011

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Dilma defende uma nova fonte de financiamento para a saúde

"Quem falar que resolve isso sem dinheiro é demagogo, mente para o povo", diz a presidente

Petista afirma que o "povo tem bronca" da extinta CPMF porque o dinheiro foi desviado para outras finalidades

Marcelo Prates/Jornal Hoje em Dia
Após entrevistas a rádios locais, presidente Dilma participa da inauguração de complexo siderúrgico em Jeceaba (MG)

PAULO PEIXOTO
ENVIADO ESPECIAL A JECEABA (MG)

A presidente Dilma Rousseff defendeu ontem uma nova fonte de financiamento para a saúde.
"Quem falar que resolve isso sem dinheiro é demagogo, mente para o povo, não dá todas as informações", afirmou Dilma, sem especificar qual seria essa fonte.
A presidente deu entrevistas a duas rádios de Minas -a Itatiaia, de Belo Horizonte, e a Congonhas, de Jeceaba (107 km de BH), onde inaugurou uma siderúrgica.
"Se quiser investir mais, vai ter que discutir de forma séria como faz investimento maior", afirmou.
A presidente disse ainda que o "povo tem bronca" da extinta CPMF (o imposto do cheque) pelo fato de o dinheiro ter sido desviado para outras finalidades.
"Eu não sou a favor daquela CPMF por conta de que ela foi desviada. Agora, entre esse fato e o fato de falar que não precisa [de dinheiro], está errado, vai precisar, sim."
Ao dizer que considera "um erro" o destino dado à CPMF, Dilma afirmou que no seu governo "qualquer R$ 1" chegará ao destino acertado previamente.
Segundo Dilma, o fundo social do pré-sal será uma fonte de financiamento para o setor no futuro.
Em entrevista à Folha e ao UOL, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP) descartou a recriação da CPMF nos termos que ela existia e defendeu um imposto específico para a saúde.
Entre as opções em estudo, está a legalização dos jogos e cassinos no país e o aumento do valor cobrado do seguro obrigatório de proprietários de veículos.
Mas a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) disse que a proposta de legalizar os jogos não conta com o apoio do governo.
Segundo ela, o debate sobre as fontes que podem ampliar os recursos está aberto. "Fontes que estejam adequadas ao momento econômico que Brasil e mundo vivem."
Outras alternativas que estão sendo estudadas são a taxação de remessas para o exterior e o aumento dos impostos de álcool e bebidas.

EMENDA 29
Sobre a polêmica regulamentação da emenda 29, que normatiza os investimentos públicos obrigatórios em saúde, Dilma disse que ela apenas vai manter a atual estrutura, sem avançar.
"Em geral, a emenda 29 mantém o atual padrão da saúde, ela não resolve, é importante que a população saiba disso", afirmou.
A emenda 29 foi aprovada pelo Congresso em 2000 e fixou na Constituição percentuais mínimos que devem ser gastos com saúde nas três esferas de governo. O projeto em discussão no Congresso define que tipo de gasto pode entrar nessa conta.
O governo admite que pode chegar no próximo dia 28, data marcada para a votação da emenda na Câmara, sem apresentar uma solução de financiamento à saúde.
"Vamos tratar como dois momentos. Os temas estão ligados, mas não haverá tempo para conseguir resolver o financiamento até o dia 28", disse ontem o líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Teixeira (SP).
"Não tem nenhum compromisso [do governo federal] em enviar a alternativa até o dia 28", completou Cândido Vaccarezza.

Colaborou a sucursal de Brasília


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