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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
PF apreende R$ 100 mil jogados de carro por aliado de Jucá, líder de Lula no Senado
Policiais perseguiam veículo que saía de escritório do senador em Boa Vista quando colaborador jogou o pacote
Inquérito vai investigar
origem do dinheiro e se era para comprar votos;
senador nega ligação com caso, 2º na semana
ANDREZZA TRAJANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BOA VISTA (RR)
JEAN-PHILIP STRUCK
DE SÃO PAULO
A Polícia Federal em Boa
Vista (RR) apreendeu ontem
R$ 100 mil jogados de um
carro que tinha acabado de
sair do escritório do senador
Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado e
candidato à reeleição.
O dinheiro estava em poder do empresário e colaborador voluntário da coligação de Jucá Amarildo da Rocha Freitas, irmão do deputado Urzeni Rocha (PSDB), que
disputa a reeleição.
Detido, Freitas prestou depoimento, ao qual a reportagem teve acesso. Nele, disse
que recebeu um envelope
das mãos de Jucá, momentos
antes da abordagem da polícia, sem saber que se tratava
de dinheiro nem que estava
endereçado ao seu irmão.
Logo que saiu do escritório
de Jucá, o colaborador disse
que percebeu que estava sendo seguido pela PF. "Assustado pela situação", diz Freitas, no depoimento, jogou o
envelope para fora do carro.
Só durante a abordagem
da PF, alega o empresário,
ele percebeu que havia dinheiro no envelope -recuperado pelos agentes.
Mais tarde, em entrevista
coletiva, a PF informou que
eram R$ 100 mil.
Jucá foi depois à PF, acompanhado do deputado federal Márcio Junqueira (DEM-RR). O senador negou envolvimento com o episódio.
Junqueira disse que estava
"passando" pelo escritório
quando ouviu os disparos,
mas que não foram disparados por seguranças de Jucá.
Foi a segunda apreensão
de dinheiro envolvendo Jucá
nesta semana. Na quarta-feira, a PF apreendeu R$ 80 mil
com um coordenador da
campanha do senador.
Havia a suspeita de que a
quantia seria usada para
compra de votos. A campanha de Jucá nega e afirma
que o dinheiro seria usado
para pagar cabos eleitorais.
À noite, o superintendente
da PF Herbert Gasparini disse haver investigação aberta,
mas evitou ligar o nome do
senador ao fato, embora tenha confirmado que agentes
estavam em campana em
frente à produtora de Jucá e
que houve um disparo.
A PF apreendeu ainda um
carro forte, com R$ 800 mil,
em frente a uma agência do
Banco do Brasil, em Boa Vista. O advogado da Coligação
"União por Roraima", de Jucá e do governador Anchieta
Júnior (PSDB), disse que R$
761 mil pertencem à aliança e
têm origem regular. Segundo
a PF, o valor só será liberado
após essa confirmação.
Jucá já foi também líder do
governo Fernando Henrique
Cardoso e ministro da Previdência de Lula.
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