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Sem Marina, PV deve anunciar apoio a Serra
Verdes indicam uma aliança com PSDB em caso de segundo turno, mas candidata sinaliza que ficará neutra
O PV é aliado do PSDB de Serra na maioria dos Estados, incluindo SP, MG e RJ; a ala próxima ao PT é minoritária
BERNARDO MELLO FRANCO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Enquanto a presidenciável
Marina Silva (PV) dá sinais
de que ficará neutra num
eventual segundo turno entre Dilma Rousseff (PT) e José
Serra (PSDB), seu partido se
inclina a apoiar o tucano.
O presidente da legenda,
José Luiz Penna, disse à Folha que descarta a neutralidade no segundo turno, caso
Marina não esteja nele.
O PV é aliado do PSDB de
Serra nos principais Estados,
incluindo os três maiores colégios eleitorais: São Paulo,
Minas Gerais e Rio de Janeiro. A ala ligada ao PT é minoritária na sigla.
Outros dirigentes ouvidos
pela reportagem dizem que a
tese de apoio a Serra venceria com folga na executiva
nacional, que deve discutir o
assunto no início da semana.
Penna argumenta que o
desempenho de Marina fará
o partido sair mais forte das
urnas, mesmo que ela não vá
ao segundo turno. Optar pela
neutralidade seria desperdiçar este capital político.
"O que está em jogo é a
nossa capacidade de influenciar o próximo governo.
O PV não ficará neutro. A
neutralidade seria uma forma de dar as costas ao processo democrático."
Ele não quis manifestar
preferência por Serra ou Dilma, embora apoie o prefeito
Gilberto Kassab (DEM), aliado do tucano, na Câmara de
Vereadores paulistana.
Em São Paulo e Minas, o
PV participa de governos estaduais do PSDB, e no Rio os
tucanos apoiam Fernando
Gabeira (PV) ao governo.
O candidato verde ao governo paulista, Fábio Feldmann, é fundador do PSDB e
fez tabela com o tucano Geraldo Alckmin nos debates.
Ricardo Young (PV) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) fecharam aliança de última
hora na corrida ao Senado.
MARINA NEUTRA
Nos últimos dias, Marina
subiu o tom contra Serra, o
que foi interpretado por aliados como sinal de que ela
não pretende apoiá-lo num
confronto com Dilma.
Após o debate da Globo,
ela disse que o tucano desconstruiu a própria imagem
na campanha e será derrotado.
A senadora tem repetido
que não vê diferenças entre
os dois oponentes, e passou a
mirar em Serra nos debates.
Aliados descartam o apoio
a Dilma pelo histórico de brigas entre as duas no governo
Lula. Assessores próximos
têm aversão à petista.
Para os verdes, a neutralidade favoreceria a candidata
num novo projeto presidencial para 2014.
Marina sairá das urnas
com mais força no PV, mas
controla apenas 10 dos 50 votos da executiva. Se o partido
fechar apoio a Serra, diretórios pró-PT podem ser liberados a apoiar Dilma em Estados como Maranhão e Bahia.
De acordo com o Datafolha, 51% dos eleitores de Marina votariam hoje no tucano, e 31%, na petista.
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