São Paulo, domingo, 02 de outubro de 2011

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ilustrada em cima da hora

Noite de sábado não empolga público no Rock in Rio

ROCK IN RIO
Organização peca ao escalar os desconhecidos mexicanos do Maná na sexta noite do festival


THALES DE MENEZES
ENVIADO ESPECIAl AO RIO

Se a noite de sábado é, por convenção comportamental, a mais propícia para baladas mais agitadas, o Rock in Rio veio para derrubar essa ideia.
Antes da entrada da atração principal da noite de ontem, a banda inglesa Coldplay, o que se viu e ouviu no palco Mundo, na Cidade do Rock, teve efeito sonífero, Na abertura da programação do palco principal, às 19h, quem cantou foi Frejat, um dos artistas de 2011 que também estava na primeira edição do festival, em 1985. À época, Frejat era guitarrista do Barão Vermelho.
Misturando canções de sua carreira solo e do Barão Vermelho com covers, ele abriu o show com "Exagerado", hit solo de Cazuza (1958-1990). Além do ex-parceiro, uma presença forte no show foi Tim Maia (1942-1998). Frejat cantou um medley com três músicas dele, "Não Vou Ficar", "Réu Confesso e "Você".
Bom guitarrista com limitações como cantor, Frejat fez um show correto. O mesmo pode ser dito do Skank, que veio com a versão compacta do show que roda o Brasil.
"Uma Partida de Futebol", "Garota Nacional" e "É Proibido Fumar" cumpriram bem sua função karaokê. Mas para quem não é fã de carteirinha de Frejat e Skank, a total falta de surpresas provocou sono. O título da última canção apresentada pelo Skank, "Vamos Fugir", foi premonitório para a atração seguinte.
Difícil saber quem estava com mais vontade de fugir dali: o público, que desconhecia o Maná, ou a própria banda mexicana, que amarrou o burrito no festival errado.
A reação popular ao hard rock mesclado com baladas foi quase nula, exceto pelos "manamaníacos", com camiseta da banda e tudo. Mas eram apenas uma dúzia, se tanto, entre 100 mil. O Maná não empolgou.
"Empolgar" é pedir demais. A multidão se mostrava dispersa, sem ligar a mínima para o show. A escalação do grupo foi um erro, não há banda que resolva se colocada diante de 100 mil pessoas que mal a conhecem.
Por aquilo que mostrou no palco, o Maná não tem mesmo tanto recurso. Letras pobres, sem nada que comprove a alardeada militância política da banda, e os piores clichês de hard rock, quase rock de arena americano.
Não se poderia exigir mais do vocalista Fher Olvera. Ele sentiu a frieza do público e evitou o contato olho no olho.
Depois do equivocado show do Maná, o Maroon 5 veio com o pop rock mais frouxo desta edição do festival.
Os falsetes do vocalista Adam Levine em cima de canções pretensamente sacolejantes deram saudades de Jamiroquai. Para não falar de Stevie Wonder, mas é bom deixar um mito de fora de comparações como essa.
Foi muito pouco para uma noite de sábado. Sobrou para o Coldplay a missão de salvar a programação, madrugada adentro.

FREJAT
AVALIAÇÃO regular

SKANK
AVALIAÇÃO regular

MANÁ
AVALIAÇÃO ruim




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