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Eleita terá poder de fogo restrito para ampliar estatais
Expectativa de que nova presidente reduza gastos públicos faz aliados falarem em importância da iniciativa privada
BNDES não sustentará sozinho investimentos necessários no país; Petrobras busca mais R$ 56 bi para o pré-sal
SHEILA D'AMORIM
EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
Com pouco dinheiro em
caixa, a presidente eleita Dilma Rousseff não terá a mesma facilidade que seu antecessor para bancar a expansão de empresas públicas.
BNDES, Banco do Brasil,
Caixa Econômica e Petrobras
iniciarão o governo com mais
presença na economia, mas
precisarão de recursos para
seguir crescendo.
Além disso, a próxima gestão herdará a área econômica dividida, com um Ministério da Fazenda que tenta centralizar as decisões de política econômica, escanteando
o Banco Central.
Aberta a temporada de
montagem da nova equipe
de governo, as dúvidas no
mercado financeiro são muitas: vão desde a dúvida sobre
Dilma manter o perfil de aparelhamento das instituições
até sua postura fiscal. O primeiro sinal aguardado é se
ela assumirá a obrigação de
promover redução de gastos.
Principal instrumento do
governo para financiar obras
grandes, o BNDES recebeu o
aporte mais significativo da
gestão Lula: mais de R$ 180
bilhões. Mas não terá fôlego
para sustentar sozinho os investimentos necessários.
Com recursos oficiais limitados, aliados de Dilma já frisam a necessidade de contar
com a iniciativa privada.
O economista João Augusto Salles, da consultoria Lopes Filho, diz que os bancos
públicos não devem manter
o ritmo de crescimento dos
últimos dois anos. A expansão, lembra, foi patrocinada
por injeção de recursos do
Tesouro Nacional, o que deteriorou as contas públicas.
A Petrobras tem pela frente o desafio de entregar a prometida riqueza do pré-sal.
Para isso, a capitalização que
movimentou mais de R$ 120
bilhões não será suficiente. A
empresa precisará de mais
US$ 33 bilhões (R$ 56 bi).
Para o diretor do CBIE
(Centro Brasileiro de Infraestrutura), Adriano Pires, com
um plano de investimentos
de R$ 200 bilhões até 2014, os
cargos da Petrobras devem
ser muito disputados: "A tendência no governo Dilma é
ter uma gestão tão politizada
quanto a atual ou até mais".
Bancos
Já o Banco do Brasil e a
Caixa Econômica Federal
também ficaram maiores e
contaram com ajuda de recursos públicos sob Lula.
Totalmente controlada pelo governo, a Caixa reduziu a
transparência à medida que
aumentou sua atuação. O
perfil de banco comercial
deu lugar ao de braço financeiro do governo para políticas sociais. Hoje, é alvo da
cobiça de aliados.
O Banco do Brasil se firmou como a maior instituição financeira do país. Mesmo não sendo controlado integralmente pelo governo,
foi loteado, e a disputa por
cargos deve crescer.
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