São Paulo, terça-feira, 02 de novembro de 2010

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Dilma afirma que vai manter estabilidade

Em entrevista à Globo e à Record, presidente eleita diz que não mexerá "de maneira alguma" no regime cambial

"Eu não acredito que manipular o câmbio resolva coisa alguma. Temos uma péssima experiência", declara

DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA

A presidente eleita Dilma Rousseff afirmou ontem que zelará pela estabilidade econômica e não mudará o modelo de câmbio flutuante, apesar da sobrevalorização do real frente ao dólar.
A promessa foi repetida em entrevistas separadas a quatro emissoras de TV, à noite. No "Jornal Nacional", da Globo, ela disse que não mexerá "de maneira alguma" com o regime cambial.
"Não acredito que manipular câmbio resolva coisa alguma. Temos uma péssima experiência disso", afirmou.
Mais tarde, diante de repórteres de jornais, foi mais incisiva: "Tem hora que vocês [jornalistas] me estranham. Vocês acreditam que eu vou discutir medida cambial? Não vou. Não tem cabimento. Vou manter a política do câmbio flutuante".
No "Jornal da Record", Dilma disse que conterá o gasto público sem reduzir o "gasto social". E reforçou: "Não brincarei com a inflação".
Questionada sobre o início do governo, ela afirmou que vai reunir os novos governadores para discutir parcerias em saúde e segurança. "Serão os grandes desafios em que o governo em 2011 e 2012 pode fazer uma grande diferença", disse, à RedeTV!.
"É certo que o meu governo vai ter a minha cara", afirmou, sem revelar nomes da futura equipe ministerial.
Ela disse não ver o país dividido após a eleição. "Não é o Brasil dos pobres contra o Brasil dos ricos. Tanto é assim que eu ganhei no Sudeste, que é a região mais rica."
Na Record, Dilma defendeu a liberdade de imprensa, mas disse que ao longo da campanha se "entristeceu" com algumas reportagens, e avisou que vai reclamar quando se sentir ofendida.
"Eu me entristeci em alguns momentos, mas acho que não cabe em relação à imprensa (...) qualquer nível de crítica tentando coibir o que a imprensa disse."
"Isso não impede que eu me sinta prejudicada em alguns momentos e proteste. Eu me dou o direito de em alguns momentos em que me sentir atingida me defender."

NOVELA
No "JN", ela contou ter chorado após o discurso da vitória, quando ficou emocionada ao agradecer a ajuda de Lula. "Eu chorei depois. Fui chorando aos poucos. Não chorei assim de uma vez só. Depois eu chorei chegando em casa, bastante."
A Globo improvisou uma bancada do "JN" em Brasília e apresentou uma série de reportagens ao estilo "Esta é a sua vida", com referências à infância e à atuação da presidente no combate à ditadura.
Após assistir a um vídeo sobre o país de origem de seu pai, disse: "Acredito que sou a única búlgara, entre aspas, que pra eles teve algum sucesso fora da Bulgária".
Quando William Bonner anunciou o "próximo capítulo", Dilma brincou: "Próximo capítulo... é uma novela?". "Uma novela de sucesso", respondeu o âncora.
Na Record, ela contou que só "caiu a ficha da vitória" ontem de manhã e resumiu o que sentirá ao subir a rampa do Planalto: "Vou ficar muito alegre por assumir a Presidência e triste pela despedida do presidente".


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