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Após salto nas urnas, PSB espera ao menos 3 ministérios
Partido, que chefiará seis Estados e verá bancada no Congresso crescer, negocia Ciência e Tecnologia, Portos e Integração Nacional
SILVIO NAVARRO
DE SÃO PAULO
Com desempenho expressivo para um partido até aqui
de médio porte, o PSB pretende usar a musculatura adquirida nas urnas para cobrar pelo menos três ministérios no futuro governo Dilma
Rousseff (PT).
O partido administrará
seis governos estaduais
(14,8% do eleitorado brasileiro), quatro deles no Nordeste: Ceará, Pernambuco, Paraíba, Piauí, além de Amapá
e Espírito Santo.
Na Congresso, o partido terá sua maior presença na Câmara desde 1994, com 34 cadeiras -foram 27 eleitos em
2006. Elegeu também três senadores -Rodrigo Rollemberg (DF), Lídice da Mata
(BA) e Antonio Carlos Valladares (SE)-, 72 deputados
estaduais e um distrital.
A Executiva Nacional da
sigla se reunirá na quinta-feira, em Brasília, para tratar
das negociações com o governo e fazer um balanço do
desempenho nas urnas.
A lista de pleitos do partido para seguir no barco dilmista inclui três ministérios:
Ciência e Tecnologia, Integração Nacional e a Secretaria de Portos, que tem status
de ministério. Desses, só a
pasta da Integração Nacional
não está sob seu comando
atualmente.
A escolha é estratégica devido ao volume de recursos
da Integração para o Nordeste, onde o partido terá quatro
governadores.
No caso de Ciência e Tecnologia, trata-se de uma cota
do governador reeleito de
Pernambuco, Eduardo Campos. A pasta de Portos é fatia
de Ciro Gomes, irmão do também governador reeleito Cid
Gomes (CE).
Ainda no âmbito de Portos, o PSB pleiteia controlar
parte do porto de Santos, cobiçado pelo deputado Márcio
França (SP).
Além disso, a sigla cobra
um cargo de liderança no
Congresso para o deputado
gaúcho Beto Albuquerque,
um dos principais cabos eleitorais de Dilma no Sul.
FUNDO PARTIDÁRIO
"Tínhamos uma estratégia
de crescimento, não só nos
Estados, mas principalmente
na Câmara, porque é a presença lá que determina o percentual do fundo partidário e
do tempo de TV", afirmou
Roberto Amaral, vice-presidente da sigla.
Quanto maior a bancada
de um partido na Câmara,
maior será a fatia a que terá
direito no bolo do fundo partidário. O mesmo ocorre com
o tempo de TV durante as
eleições.
A avaliação de Amaral é
que o crescimento fortalece o
bloco de esquerda no país,
diante do crescimento da
oposição no mapa dos Estados. "Agora temos de nos
concentrar no trio São Paulo,
Minas e Rio. Se crescermos
também nesses Estados, poderemos nos projetar nacionalmente", disse.
Fundado na década de 40
e refundado em 1985 com a
redemocratização, o PSB ganhou força nos anos 90 com
a eleição de Miguel Arraes
para o governo de Pernambuco. Depois, em 2002, encampando a candidatura de
Anthony Garotinho (RJ)
-hoje no PR- à Presidência,
obteve resultado expressivo
nas urnas, elegendo quatro
governadores.
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