São Paulo, terça-feira, 02 de novembro de 2010

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Após salto nas urnas, PSB espera ao menos 3 ministérios

Partido, que chefiará seis Estados e verá bancada no Congresso crescer, negocia Ciência e Tecnologia, Portos e Integração Nacional

SILVIO NAVARRO
DE SÃO PAULO

Com desempenho expressivo para um partido até aqui de médio porte, o PSB pretende usar a musculatura adquirida nas urnas para cobrar pelo menos três ministérios no futuro governo Dilma Rousseff (PT).
O partido administrará seis governos estaduais (14,8% do eleitorado brasileiro), quatro deles no Nordeste: Ceará, Pernambuco, Paraíba, Piauí, além de Amapá e Espírito Santo.
Na Congresso, o partido terá sua maior presença na Câmara desde 1994, com 34 cadeiras -foram 27 eleitos em 2006. Elegeu também três senadores -Rodrigo Rollemberg (DF), Lídice da Mata (BA) e Antonio Carlos Valladares (SE)-, 72 deputados estaduais e um distrital.
A Executiva Nacional da sigla se reunirá na quinta-feira, em Brasília, para tratar das negociações com o governo e fazer um balanço do desempenho nas urnas.
A lista de pleitos do partido para seguir no barco dilmista inclui três ministérios: Ciência e Tecnologia, Integração Nacional e a Secretaria de Portos, que tem status de ministério. Desses, só a pasta da Integração Nacional não está sob seu comando atualmente.
A escolha é estratégica devido ao volume de recursos da Integração para o Nordeste, onde o partido terá quatro governadores.
No caso de Ciência e Tecnologia, trata-se de uma cota do governador reeleito de Pernambuco, Eduardo Campos. A pasta de Portos é fatia de Ciro Gomes, irmão do também governador reeleito Cid Gomes (CE).
Ainda no âmbito de Portos, o PSB pleiteia controlar parte do porto de Santos, cobiçado pelo deputado Márcio França (SP).
Além disso, a sigla cobra um cargo de liderança no Congresso para o deputado gaúcho Beto Albuquerque, um dos principais cabos eleitorais de Dilma no Sul.

FUNDO PARTIDÁRIO
"Tínhamos uma estratégia de crescimento, não só nos Estados, mas principalmente na Câmara, porque é a presença lá que determina o percentual do fundo partidário e do tempo de TV", afirmou Roberto Amaral, vice-presidente da sigla.
Quanto maior a bancada de um partido na Câmara, maior será a fatia a que terá direito no bolo do fundo partidário. O mesmo ocorre com o tempo de TV durante as eleições.
A avaliação de Amaral é que o crescimento fortalece o bloco de esquerda no país, diante do crescimento da oposição no mapa dos Estados. "Agora temos de nos concentrar no trio São Paulo, Minas e Rio. Se crescermos também nesses Estados, poderemos nos projetar nacionalmente", disse.
Fundado na década de 40 e refundado em 1985 com a redemocratização, o PSB ganhou força nos anos 90 com a eleição de Miguel Arraes para o governo de Pernambuco. Depois, em 2002, encampando a candidatura de Anthony Garotinho (RJ) -hoje no PR- à Presidência, obteve resultado expressivo nas urnas, elegendo quatro governadores.


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