São Paulo, terça-feira, 02 de novembro de 2010

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Alckmin deve tirar serristas do governo

Dentre os nomes próximos ao presidenciável derrotado, secretário de Planejamento é o que tem mais chances de ficar

Devem ganhar espaço Jurandir Fernandes, co-autor do programa de governo, e Sidney Beraldo, ex-secretário

EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

Derrotado em sua segunda campanha presidencial, José Serra (PSDB) deve perder espaço também no governo do Estado de São Paulo.
O governador eleito Geraldo Alckmin (PSDB) deve tirar da administração grande parte dos secretários ligados a Serra e usar parte desses cargos para fins de composição política.
Discreto, Alckmin não tem conversado muito com seus colaboradores mais próximos sobre a composição do governo, mas a bolsa de apostas está agitada.
O governador eleito dizia que queria esperar o resultado do segundo turno presidencial para começar a montar a equipe. A desculpa era que Serra teria prioridade na escolha dos ministros, e vários dos secretários estaduais seriam ministeriáveis.
A verdade é que, mesmo com a derrota de Serra, os "ministeriáveis" devem sair do governo do Estado. Aliados de Alckmin dizem que ele já deu sua cota de contribuição a Serra, seu desafeto, empenhando-se na campanha presidencial. Agora, dizem, Alckmin vai governar sem Serra.
Do grupo serrista, o que tem mais chances de permanecer é Francisco Vidal Luna, secretário de Planejamento. É ele quem está coordenando os trabalhos de preparação do governo para a Copa do Mundo de 2014.
Outros, como José Luiz Portella (Transportes Metropolitanos), não têm chance alguma de permanecer. No caso de Portella, mais que composição política, a questão é pessoal: ninguém do grupo de Alckmin o tolera.
Mauro Ricardo Machado Costa (Fazenda), Dilma Pena (Saneamento e Energia) e Antônio Ferreira Pinto (Segurança Pública) também não contam com a simpatia da nova equipe.
Ganham espaço Jurandir Fernandes e Sidney Beraldo, tidos como os auxiliares mais próximos de Alckmin.
Fernandes fez parte da equipe que elaborou o programa de governo do governador eleito e é uma espécie de curinga no novo secretariado. Ele é cotado principalmente para a nova pasta de Desenvolvimento e Gestão Metropolitana, mas pode assumir até mesmo a Casa Civil e ser uma espécie de coordenador de todas as ações do governo.
Beraldo coordenou a campanha e também deve ter um cargo importante. Na gestão Serra, foi o secretário de Gestão Pública. Com Alckmin, pode voltar ao posto ou assumir a Casa Civil ou a pasta de Planejamento.
Outro que ganha musculatura é Silvio Torres, deputado federal não reeleito. Sua indicação para formar a equipe de transição, ao lado de Fernandes e Beraldo, demonstra a confiança que o novo governador tem no auxiliar.

COMPOSIÇÃO POLÍTICA
Quando assumiu o governo do Estado em 2007, Serra negociou apenas três secretarias com partidos aliados: Emprego com o DEM, Esportes com o PTB e Assistência Social com o PV.
No início deste ano, o PV deixou o governo, e a pasta da Assistência Social foi entregue ao PMDB, novo aliado. A expectativa é que essa configuração permaneça.
Com Alckmin, o PV deve voltar à base de apoio, e provavelmente a legenda ganhará uma pasta. Fábio Feldmann, candidato derrotado do partido ao governo, é cotado para assumir a Secretaria de Meio Ambiente.


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