São Paulo, quinta-feira, 03 de fevereiro de 2011 |
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Dilma anuncia projeto de "longo prazo" para mínimo Presidente promete "ganho real", mas compatível com "capacidade financeira" Em mensagem, petista disse que estabilidade é um "valor absoluto"; oposição fez críticas à ausência de medidas DE BRASÍLIA Em sua primeira mensagem lida na abertura dos trabalhos do Congresso, a presidente Dilma anunciou ontem que enviará ao Legislativo um projeto de "longo prazo" de ganho real do salário mínimo, mas que seja "compatível com a capacidade financeira do Estado". Em meio à queda de braço sobre o novo valor do mínimo, o Planalto elabora uma proposta nos moldes do acordo atual, firmado entre o governo Lula e as centrais. Pela regra, de 2007, o reajuste é calculado pelo crescimento do PIB de dois anos anteriores somado à variação da inflação no ano imediatamente anterior. As declarações da presidente ocorrem às vésperas do envio, pelo governo, de uma medida provisória reajustando o salário mínimo para R$ 545 -aumento praticamente sem ganho real. As centrais sindicais cobram R$ 580, valor que também é defendido por representantes da oposição e até aliados. A definição do valor será o primeiro teste de Dilma no Congresso. No discurso de ontem, de 32 minutos, em que resumiu a mensagem do Executivo, Dilma afirmou ser necessário uma "parceria em favor do Brasil" entre os três Poderes. À semelhança do que Lula fez em seu primeiro ano de governo, ela quebrou a tradição de deixar ao ministro da Casa Civil a entrega da mensagem e foi ao Congresso. O objetivo era tentar demonstrar que pretende "estreitar ainda mais os laços" com o Legislativo. Dilma, no entanto, ainda não recebeu grupos de parlamentares em seu gabinete desde a posse, o que gerou protestos. Ao chegar ao Congresso, Dilma foi recebida pelos presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Marco Maia (PT-RS). O plenário estava lotado de deputados e senadores de todas as correntes, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que desponta como líder da oposição. Como Lula em 2003, Dilma ressaltou a importância da estabilidade econômica, um "valor absoluto", e do controle da inflação. "Não permitiremos, em hipótese alguma, que a inflação volte a corroer nosso tecido econômico", disse. A presidente citou a necessidade de reformas política e tributária e da melhoria do gasto público, que definiu como "nosso compromisso com o presente e o futuro". OPOSIÇÃO Ao lado de Dilma, Sarney reclamou da tramitação das medidas provisórias no Congresso que "emperram" os trabalhos do Legislativo. A oposição fez críticas à mensagem por não especificar as medidas prioritárias do Executivo no Congresso. "O que eu temo é que possamos estar assistindo à reedição do que ocorreu há oito anos. Todas as propostas são colocadas e, no dia a dia, são preteridas", disse Aécio. (ANA FLOR, BRENO COSTA, NATUZA NERY e GABRIELA GUERREIRO) Texto Anterior: Painel Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros |
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