São Paulo, sexta-feira, 03 de junho de 2011

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Base ensaia rebelião em proposta sobre MPs

GABRIELA GUERREIRO
MÁRCIO FALCÃO

DE BRASÍLIA

Em meio à crise política no governo, a presidente Dilma Rousseff enfrenta uma nova ameaça de rebelião em sua base política no Senado. Parte do PMDB ensaia aderir à proposta de Aécio Neves (PSDB-MG) que restringe os poderes do Executivo na edição de medidas provisórias.
Já o PT endureceu o discurso ontem ao anunciar que não vai apoiar o texto do tucano, mesmo depois de ter referendado o acordo que garantiu a aprovação da proposta na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
A mudança de tom veio depois que a presidente Dilma Rousseff manifestou sua contrariedade à versão apresentada por Aécio.
Outro fator que irritou os petistas foi a derrubada de duas medidas provisórias no Senado, pela oposição. Elas perderam a validade. "O apoio será zero. Se for paz, será paz. Se for guerra, será guerra", disse o líder do PT, Humberto Costa (PE).
A oposição conseguiu impor derrota ao governo ao prolongar a sessão com inúmeros discursos até depois da meia-noite de anteontem, quando as duas MPs perderiam a validade.
Houve bate-boca, gritaria e troca de insultos depois que a senadora Marta Suplicy (PT-SP) tentou acelerar a sessão para votar pelo menos uma das MPs.
Uma das medidas que deixou de vigorar cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares para gerir os hospitais universitários. A outra reajusta o valor da bolsa para médicos residentes.
Alguns petistas atribuíram a derrota do governo ao líder Romero Jucá (PMDB-RR)- que negociou a votação para o último dia antes de as MPs perderem a validade.
Autor da proposta original, o senador José Sarney (PMDB-AP) busca um acordo. O principal ponto que desagrada ao governo no relatório de Aécio é a criação de uma comissão que vai decidir se uma MP deve vigorar.
A ideia de Sarney é que as MPs passem apenas pelo crivo das comissões de Constituição e Justiça da Câmara e do Senado.


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