São Paulo, domingo, 03 de julho de 2011 |
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Ministro afasta cúpula dos Transportes Segundo revista, membros do PR e servidores da pasta montaram esquema de superfaturamento e cobrança de propina Nascimento diz não ter elo com acusações; saída de funcionários foi decidida depois de telefonema a Dilma DE BRASÍLIA Uma série de denúncias envolvendo o Ministério dos Transportes obrigou o ministro Alfredo Nascimento (PR) a afastar a cúpula do órgão. Segundo reportagem da revista "Veja" desta semana, representantes do PR, funcionários do ministério e de órgãos vinculados à pasta montaram um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por empreiteiras e consultorias. O ministro só tomou a decisão de afastar os servidores depois de conversar por telefone com a presidente Dilma. A Folha apurou que ela não descarta trocar o próprio Nascimento. Por isso, chamou-o para uma reunião. A administração de Nascimento já recebia críticas. No início de maio, o governador Cid Gomes (PSB-CE) chamou o ministro de "inepto, incompetente e desonesto" ao criticar a situação das rodovias federais no Estado. A revista "Veja" citou como envolvidos no esquema de cobrança de propina o chefe de gabinete do ministro, Mauro Barbosa, o assessor do ministério, Luís Tito Bonvini, o diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luís Antônio Pagot, e o diretor-presidente da estatal Valec, José Francisco das Neves. Em nota divulgada ontem, o ministério informou que abrirá uma sindicância interna e determinou o "desligamento temporário" dos servidores para o "pleno andamento da apuração". "PEDÁGIO POLÍTICO" Segundo a reportagem, empreiteiros e consultorias de engenharia pagavam de 4% a 5% de "pedágio político" sobre o valor das obras do governo federal feitas com verbas do ministério. A maior parte da verba, diz a revista, é destinada ao PR, partido comandado por Nascimento e pelo deputado Valdemar Costa Neto. De acordo com a reportagem, que chama o caso de "mensalão do PR", Valdemar escolhe as empresas que vão realizar projetos e obras de transporte do governo. A revista afirma que o servidor Bonvini é o emissário do ministro, e Valdemar leva os pagamentos das comissões ao PR. O chefe de gabinete do ministro, seria o responsável por liberar as verbas. Os diretores do Dnit e da Valec também são citados como membros do esquema. Na nota, o ministro dos Transportes diz que "rechaça, com veemência, qualquer ilação ou relato de que tenha autorizado, endossado ou sido conivente com a prática de quaisquer ato político-partidário envolvendo ações e projetos do ministério". Valdemar informou, por meio de sua assessoria, que não comentaria a reportagem por não ver qualquer fundamento. Pagot diz estar aborrecido. A Folha não localizou os outros envolvidos. (NATUZA NERY, DIMMI AMORA, CATIA SEABRA E BRENO COSTA) Texto Anterior: Janio de Freitas: O dinheiro fácil Próximo Texto: Justiça quer regime próprio de Previdência Índice | Comunicar Erros |
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