|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Serra quer irritar Dilma, que ensaia "sangue-frio"
Candidatos reduzem agenda e fazem treinamento para 1º debate, na quinta
Tucano deverá explorar
ligação do PT com MST e
Farc, e petista vai atacar
a gestão de SP em áreas
como saúde e segurança
DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA
Os principais candidatos à
Presidência reduziram compromissos e vão dedicar a semana a se preparar para o
primeiro confronto direto da
campanha: o debate da TV
Bandeirantes, quinta-feira.
As estratégias de José Serra (PSDB), Dilma Rousseff
(PT) e Marina Silva (PV) diferem em vários aspectos, mas
têm uma preocupação em comum: passar uma imagem
serena e agradável e, ao mesmo tempo, se preparar para
responder a eventuais ataques dos adversários.
Em reunião com o coordenador de comunicação, Luiz
Gonzalez, Serra fez, na madrugada de ontem, seu primeiro treinamento.
Na pauta, a relação do PT
com o MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem
Terra), com as Farc (Forças
Armadas Revolucionárias da
Colômbia) e o apoio de Lula
ao governo do Irã.
Para tentar provocar uma
reação agressiva de Dilma, os
tucanos estudam seu gestual. Acham que, diante de
temas mais espinhosos, ela
pode "mostrar o indicador"
para o interlocutor.
Segundo articuladores da
campanha, o ideal seria que
esses pontos mais polêmicos
fossem explorados pelos entrevistadores, de modo que
Serra apenas replicasse.
DILMA
Dilma vai investir em saúde e segurança, considerados pelo PT pontos fracos da
gestão de Serra em São Paulo. Também reuniu munição
para criticar o tratamento aos
professores no Estado e a suposta falta de investimentos
para evitar enchentes.
Como contraponto, usará
dados do governo Lula, com
ênfase nos programas que
coordenou, para mostrar que
tem experiência de gestão e é
a candidata da continuidade.
A estratégia tem sido definida por Dilma com o deputado Antonio Palocci (PT-SP), Clara Ant, ex-assessora
da Presidência, e a consultora de imagem Olga Curado,
que ajudou Lula em 2006.
A última reunião do grupo
foi anteontem, no escritório
político de Dilma em Brasília.
A petista reduziu os eventos
de rua e programou uma
"agenda positiva" para garantir espaço no noticiário.
Com Olga, a candidata tem
treinado postura e entonação
de voz, para trocar o tom professoral por uma linguagem
mais direta e popular.
A expectativa é que a petista seja o principal alvo de ataques dos rivais. Por isso está
sendo aconselhada a manter
o "sangue frio".
MARINA E PLÍNIO
Marina Silva (PV) quer
usar o encontro para se apresentar como alternativa viável, com experiência à altura
de Dilma e Serra. Para isso,
quer mostrar ideias para
além da pauta ambiental.
A senadora pretende evitar embates diretos com os
adversários. Mas avalia que,
dependendo da temperatura
do debate, o comportamento
pode deixá-la isolada, como
espectadora da disputa.
Neste caso, a campanha
diz ter um "plano B", em que
Marina cobraria os rivais. Os
danos causados por hidrelétricas na Amazônia as enchentes em São Paulo podem
ser usados contra Dilma e
Serra, respectivamente.
O candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, pretende mostrar que Dilma,
Serra e Marina defendem o
mesmo modelo capitalista.
O socialista quer compará-lo com o modelo que ele propõe: "Dentro do marco capitalista, mas com saúde e educação estatizadas".
Texto Anterior: Dossiê: PF substitui delegado do caso EJ Próximo Texto: Evento da Folha e do UOL prorroga prazo de inscrição Índice
|