São Paulo, sexta-feira, 03 de setembro de 2010

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ANÁLISE

Minas Gerais é palco do teste de forças entre Lula e Aécio

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA

Cumpre-se a profecia em Minas Gerais, Estado considerado definidor de eleições nacionais: o tucano Aécio Neves é um dos campeões de voto e o principal cabo eleitoral para o governo, mas o candidato do seu partido à Presidência perde feio.
Foi assim em 2002, quando Lula teve 53% contra 22,8% de José Serra no primeiro turno, e em 2006, quando Lula ficou com 50,8% contra 40,62% de Geraldo Alckmin também no primeiro turno em Minas. A história se repete, agora entre Serra e Dilma Rousseff.
Com Dilma disparando para 51% e Serra caindo para 27% no Estado, o foco recai sobre o teste de forças entre Lula e Aécio. Lula alavancou Dilma, mas não o candidato da coligação governista ao governo estadual, Hélio Costa (PMDB).
Com Aécio é o oposto: ele puxa seu candidato ao governo, Antonio Anastasia (PSDB), mas não José Serra, que perde fôlego.
A gangorra, apesar de não ser novidade, continua sendo curiosa: enquanto Dilma sobe, Hélio Costa cai; enquanto Serra despenca, Anastasia cresce.
Aécio, porém, não é imune ao efeito Lula no resto do país. Sua posição continua confortável na disputa pelo Senado, mas já esteve melhor. Apesar de franco favorito, com 64%, caiu 6 pontos.
Para a oposição, o desempenho de Aécio é considerado vital. O DEM e o PPS caminham para o ocaso. O PSDB pressente a derrota nacional e só consegue manter São Paulo, onde Alckmin lidera, e conquistar o Paraná, onde o ex-prefeito da capital Beto Richa é favorito para o governo estadual. Com as linhas tendendo a se cruzar em Minas, pró-Anastasia, fecha-se o triângulo relevante de poder tucano.
Como Serra deverá sair fragilizado da eleição e governador não faz oposição ao Planalto, está nas costas de Aécio o peso de chegar ao Senado com uma votação expressiva e tendo eleito Anastasia contra a união PMDB-PT no segundo colégio eleitoral do país (14,4 milhões de eleitores). O Datafolha de hoje aponta Aécio como o futuro da oposição, mas ele tem de parar de cair.


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