DE MANAUS

A região sul do Amazonas, onde está localizado o garimpo do Juma, foi responsável pelo aumento de 8,8% do desmate no Estado no período de agosto de 2008 a julho do ano passado em comparação aos mesmos meses dos últimos dois anos -subiu de 156,4 km2 para 170,1 km2.
A alta do desmatamento foi registrada pelo Deter, sistema de monitoramento da floresta por satélite do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), e contrariou a tendência de queda na região amazônica.
O garimpo do Juma está localizado em Novo Aripuanã, um dos dez municípios que mais desmatam no Estado por ação da exploração ilegal de madeira, criação de gado e assentamentos. "Lá [nas dez cidades] está 90% do desmatamento do Amazonas", diz Jerfferson Lobato dos Santos, do Ibama.
Segundo o órgão, está em curso na região a terceira etapa da Operação Kaaetè para combater a devastação nas cidades, entre elas, de Novo Aripuanã, Apuí e Lábrea. "Os relatórios do Deter são um alerta, usado como instrumento de suporte à fiscalização", diz Santos.
Mas a fiscalização não evita os conflitos. Em Lábrea (703 km de Manaus), assentados de um projeto sustentável denunciam ameaças de pistoleiros e grileiros.
"Os grileiros ameaçam os assentados, tiram muita madeira e estimulam os moradores a venderem, sem manejo, sem nada", informou à Folha a Comissão Pastoral da Terra de Lábrea. (KB)


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