São Paulo, quarta-feira, 03 de novembro de 2010

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PRESIDENTE 40 A TRANSIÇÃO

PMDB reclama, e Temer ganha coordenação

Vice-presidente eleito recebeu papel simbólico no grupo de transição; partido quer manter os 7 ministérios atuais

Na partilha de cargos entrará o debate sobre quem irá presidir a Câmara; PT, com maior bancada, sai na frente

NATUZA NERY
RANIER BRAGON

DE BRASÍLIA

Buscando garantir espaço na transição para o futuro governo, o PMDB fez chegar à equipe de Dilma Rousseff seu incômodo com o que considera exclusão do centro das decisões pós-eleição.
Apresentou ao PT parte do cardápio de demandas que pretende ver atendidas e já obteve uma sinalização: seu principal representante, o vice-presidente eleito Michel Temer (SP), ganhou papel simbólico de coordenador-geral da transição.
Segundo a Folha apurou, o partido já elaborou o rascunho do que ambiciona. Quer manter seu patrimônio de sete ministros. Topa trocar algumas pastas, mas resistirá a diminuir o espaço atual.
O PMDB não reconhece como sua cota o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e os ministros Nelson Jobim (Defesa) e José Gomes Temporão (Saúde).
Os dois primeiros foram escolha do presidente Lula. O último, do governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ).
Temer e o presidente do PT, José Eduardo Dutra, conversaram sobre participação no governo. Dilma e seu vice tomarão café da manhã hoje.
Conforme relatos, foi a própria Dilma quem tomou a iniciativa de incluir Temer na coordenação. Esse papel não lhe daria, porém, o comando da articulação sobre cargos.
"A discussão sobre composição de governo está sendo feita em conversas minhas com os partidos", disse o presidente do PT.
Nessa conta, entra o debate sobre quem irá presidir a Câmara -o PT fez a maior bancada e, pela tradição, tem precedência para indicar o nome. Na noite de ontem, após reunião, Temer e Dutra disseram ter chegado a um acordo: cada partido deve presidir a Casa por dois anos.
Peemedebistas brigarão para manter Comunicações e Minas e Energia, pasta que seria comandada por Edison Lobão (MA) caso não assuma a presidência do Senado.
O ex-governador fluminense Moreira Franco cobiça a pasta das Cidades, hoje nas mãos do PP. O partido também fará esforço para não perder a Integração, objeto de desejo do PSB.
Outro objetivo é tentar manter Wagner Rossi na Agricultura, mas o senador eleito Blairo Maggi (PR-MT) é um forte cotado.


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