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PRESIDENTE 40 A TRANSIÇÃO
PMDB reclama, e Temer ganha coordenação
Vice-presidente eleito recebeu papel simbólico no grupo de transição; partido quer manter os 7 ministérios atuais
Na partilha de cargos entrará o debate sobre quem irá presidir a Câmara; PT, com maior bancada, sai na frente
NATUZA NERY
RANIER BRAGON
DE BRASÍLIA
Buscando garantir espaço
na transição para o futuro governo, o PMDB fez chegar à
equipe de Dilma Rousseff seu
incômodo com o que considera exclusão do centro das
decisões pós-eleição.
Apresentou ao PT parte do
cardápio de demandas que
pretende ver atendidas e já
obteve uma sinalização: seu
principal representante, o vice-presidente eleito Michel
Temer (SP), ganhou papel
simbólico de coordenador-geral da transição.
Segundo a Folha apurou,
o partido já elaborou o rascunho do que ambiciona. Quer
manter seu patrimônio de sete ministros. Topa trocar algumas pastas, mas resistirá a
diminuir o espaço atual.
O PMDB não reconhece como sua cota o presidente do
Banco Central, Henrique
Meirelles, e os ministros Nelson Jobim (Defesa) e José Gomes Temporão (Saúde).
Os dois primeiros foram
escolha do presidente Lula.
O último, do governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ).
Temer e o presidente do
PT, José Eduardo Dutra, conversaram sobre participação
no governo. Dilma e seu vice
tomarão café da manhã hoje.
Conforme relatos, foi a
própria Dilma quem tomou a
iniciativa de incluir Temer na
coordenação. Esse papel não
lhe daria, porém, o comando
da articulação sobre cargos.
"A discussão sobre composição de governo está sendo feita em conversas minhas com os partidos", disse
o presidente do PT.
Nessa conta, entra o debate sobre quem irá presidir a
Câmara -o PT fez a maior
bancada e, pela tradição,
tem precedência para indicar
o nome. Na noite de ontem,
após reunião, Temer e Dutra
disseram ter chegado a um
acordo: cada partido deve
presidir a Casa por dois anos.
Peemedebistas brigarão
para manter Comunicações e
Minas e Energia, pasta que
seria comandada por Edison
Lobão (MA) caso não assuma
a presidência do Senado.
O ex-governador fluminense Moreira Franco cobiça
a pasta das Cidades, hoje nas
mãos do PP. O partido também fará esforço para não
perder a Integração, objeto
de desejo do PSB.
Outro objetivo é tentar
manter Wagner Rossi na
Agricultura, mas o senador
eleito Blairo Maggi (PR-MT) é
um forte cotado.
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