São Paulo, quarta-feira, 03 de novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsonsa@uol.com.br

A inundação

Enquanto outros focavam a eleição americana, o "Financial Times" abriu a manchete online "Asiáticos apertam à espera do Fed", com os juros de Índia e Austrália. Logo abaixo, "Emergentes se abraçam para enfrentar inundação de dinheiro", com reportagem de Hong Kong informando que, "com a perspectiva de mais dólar ainda, a expectativa é que uma série de governos na Ásia e na América Latina considerem adotar controles de capital". Uma terceira reportagem explicou que "os emergentes aguardam nervosos a decisão" do banco central americano, hoje, sobre a "nova rodada de afrouxamento quantitativo", QE2 no original. E avisa que a aposta é que o Fed compre meio trilhão de dólares do Tesouro, imprimindo moeda. Meio trilhão que, alerta o "FT", "achará rapidamente o caminho dos emergentes".

 

Já a Casa Branca afirma via agências e "New York Times" que "o grande tema" do G20, dia 11 na Coreia, é a política cambial da China.

//DILMA E A GUERRA CAMBIAL

Dilma Rousseff, "em diferentes entrevistas à TV", respondeu à ansiedade da cobertura externa sobre a política cambial do Brasil. Entre outros, o "Wall Street Journal" afirmou ser "a preocupação mais urgente" para o país e destacou a avaliação de Dilma, de que "os sinais de guerra cambial são fortes".
O "FT" também correu com os "primeiros comentários sobre guerra cambial". Sublinhou que ela espera do G20 uma reação forte o bastante para "levar alguns países" a valorizar suas moedas realisticamente. Dilma estreia no grupo ao lado de Lula, sublinhou o jornal, na semana que vem. O "FT" também anota novas medidas que estariam sendo estudadas pelo Brasil na "guerra cambial", como financiamento de longo prazo e isenção de impostos para exportação -e uma ação antidumping contra a China.

//DE HU PARA DILMA

Ontem no "China Daily", "China congratula Rousseff, do Brasil, por vitória na eleição". Foi em mensagem do presidente Hu Jintao, com registro para a "parceria estratégica".
Na cobertura, o jornal estatal ressaltou em título, com agência, que a "Economia é prioridade para líder no Brasil" -e que a "recém-eleita Dilma Rousseff enfrenta desafios".

Continuidade O argentino "La Nación", no editorial "A continuidade brasileira", destaca que "O exitoso governo de Lula se torna um desafio para Dilma Rousseff". E acrescenta que "o mesmo se passou no Chile, após outro bem-sucedido, Ricardo Lagos, mas Michelle Bachelet conseguiu impor seu estilo". Acredita que o mundo "começará a conhecer" Dilma no G20.

Ratificação O colombiano "El Tiempo", no editorial "Uma mulher na Presidência do Brasil", descreveu a vitória como "ratificação, pelos cidadãos do maior país da América Latina, de sua confiança na gestão de Lula". Saudou o "pragmatismo" de Dilma, mas apontou "desafios formidáveis".

Espaço próprio Os chilenos "El Mercurio" e "La Tercera" publicaram os editoriais "O Brasil de Dilma" e "As perspectivas do Brasil depois do triunfo de Rousseff". O primeiro ressalta que "os desafios não são poucos". O segundo, que o resultado "confirma que o Brasil seguirá o rumo traçado por Lula", mas ela "deve buscar seu próprio espaço".

Arco-íris Dias depois de apoiar a eleição de José Serra em editorial, o "FT" publicou ontem novo editorial, agora sobre a vitória de Dilma, enfatizando que "continuidade é a palavra no Brasil". Desta vez o jornal questiona principalmente a "política externa de arco-íris" de Lula, que seria de manutenção mais difícil com a sucessora.

Inveja O britânico "Guardian" deu o editorial "Peça difícil de substituir". Abre dizendo que "Obama deve estar com inveja", mas também que Dilma "venceu depois de uma dura e por vezes feia campanha, em que foi acusada de ser anticristã, querer legalizar o aborto e ser uma terrorista, por resistir à ditadura militar que a prendeu e torturou". No final, por outro lado, "o serviço já está feito e ela pode ter uma lua-de-mel mais curta que seu criador".

Potência Em seu editorial, o espanhol "La Vanguardia", de Barcelona, afirma que "O desafio de Rousseff" é que "ela recebe um Brasil que está emergindo como uma potência não apenas latino-americana, mas de vocação mundial".

latimes.com
BRASIL, NÃO Em meio à cobertura eleitoral nos EUA, o "Los Angeles Times" abriu espaço, inclusive primeira página, para uma longa reportagem contra a rodovia transoceânica que "se aproxima da realidade, culminando a campanha de Lula para cimentar a liderança de seu país na região", mas que "ameaça um modo de vida" no Peru



Leia mais, pela manhã, em www.todamidia.folha.blog.uol.com.br


Texto Anterior: Quanto mais pobre a cidade, maior a proporção de nulos
Próximo Texto: Indústria de armas deu R$ 1,5 milhão a candidatos, diz TSE
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.